O problema sou eu, sempre foi.
Mas a solução também sou eu, sempre foi.
Existe essa ferida gigante que não sei bem quando começou que me impede de não ser tóxica para os níveis de proximidade mais intensos.
Cada melhor amigo, cada quase namorado, cada chefe que tentou ser mentor...
Não há nada que eu possa fazer para mudar o passado, ou recompensar todas as pessoas que eu feri e perdi pelo caminho enquanto ruminava a minha própria dor.
Eu sinto falta de cada uma delas, eu me arrependo de n ter sido melhor, mas a grande coisa é que eu dei o que eu tinha e infelizmente, eu não tinha quase nada de bom pra oferecer.
Eu não me entendia, não entendia as minhas dores, não entendia como acabava ferindo os outros e como era a intensidade da minha violência.
Não posso voltar ao passado, não adianta desejar ser mais doce ou diferente do que é a minha natureza isso só vai me afundar em mim.
O que funciona é olhar para trás e ser capaz de reconhecer a minha própria evolução e olhar para frente de forma objetiva entendendo que é um processo e que a cada volta no ciclo vicioso a gente vai sendo melhor que antes e tentando não cometer os mesmos erros e vencer o carro desgovernado que a gente é.
Cada volta é a proximidade com a saída.
Chorar por ser esse carro ter sido desgovernado por tanto tempo não nos ajuda em nada. Nós somos potentes, somos ferozes, nós podemos conquistar inclusive o controle da nossa fúria e fazer o que é necessário pra continuar vencendo.
Quanto a solidão, essa é necessária pela forma do processo.