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Para assistir - Grace and Frankie

Dica de série.

Grace e Frankie são duas mulheres de idade avançada e com o espírito jovem, que depois de muitos anos de casadas, se vêem divorciadas dos seus respectivos parceiros, que depois de 30 anos sendo sócios e amantes, resolveram assumir a relação.

Mesmo com tantos anos de convivência elas não eram amigas, mas se uniram pela tristeza do divórcio e a necessidade de reiniciar a vida quando pensavam estar no fim. Esse laço fez a amizade crescer rápido e virar uma cumplicidade que se fortalece a cada aventura.

Grace é fundadora de um império de cosméticos do qual já se aposentou, mas continua sendo controladora, cachaceira e bastante imponente. Frankie parece ter ficado presa nos anos 70, entre baseados e boas ideias, ela é sensível e vive de arte.

É uma série original da Netflix que já está na sua terceira temporada. É diferente do que estamos acostumados, simplesmente por ser protagonizada por "idosos" e ao contrário dos papéis medíocres das outras produções, eles possuem vida sexual, ambições e conflitos...como todo mundo.

Pra mim é um título fundamental pra abrir a mente, amadurecer e perceber que a vida e seus desafios, só acabam quando a gente morre. Além disso, serve principalmente para dar boas risadas ❤

[De uma série de posts para o Facebook]

Pink (2016) Filme indiano

Pink(2016) é um filme sobre cultura do estupro, consentimento e igualdade sexual.

Existe um lugar mais complicado para se abordar esses temas que no Oriente? Pois essa abordagem vem da Índia, e é muito válida!❤

Alguns dizem q nós, mulheres do ocidente, não devemos reclamar, porque se formos comparar somos quase homens por aqui. (oi?)
Outros batem no peito e dizem que o feminismo faz parte de uma agenda que quer destruir as famílias e separar os sexos. 😱
Eu acho graça. Não passa pela cabeça que nunca esteve ok para a gente...e que ganhamos força movidas pelo cansaço do desconforto diário.

As mulheres indianas estão cansadas e estão se unindo cada dia mais. Já postei aqui sobre "As filhas da índia", um documentário que mostra as mulheres indo às ruas, protestando e chorando suas mortas em estupros coletivos (prática recorrente por lá) e outras violências. Essas mulheres mudaram leis e irão continuar lutando e conquistando.

Esse filme cita esse episódio nacional e conta a história de 3 garotas que saem com 3 rapazes após um show de rock, mas que não desejam transar.(Olha que horror!)
Uma vez forçada, uma delas se defende com uma garrafada que quase mata o safado, que por azar, era de uma família poderosa.
Elas são caçadas, ameaçadas e sofrem violências, até que o caso vai parar no tribunal. E pasmem! É por tentativa de assassinato e extorsão (contra ela).
O roteiro traz para debate vários pontos comuns em todo o mundo. Fala sobre a mulher indiana de uma forma tão familiar às mulheres ocidentais, que por mais que me critiquem, não me arrependo ou me envergonho nem um pouco em bradar o quão feminista eu sou.
Indico!
Existem milhares de pontos de discussão e desconstrução. Vale a pena.

Tem na Netflix 💖

Da poetisa que não sou 👽


Tantos rótulos, tantas pessoas.
Parte da vida para identificar onde nos encaixamos.
Até perceber que não há caixas o suficiente pra caber quem realmente somos.

Sou a chata.
A obcecada por irrelevâncias.
A que fala alto pq tá empolgada demais pra controlar o tom.
A que se engaja e flui criativamente facilmente.
A que interroga, sufoca e quer te decupar.

O rosto fala mais que a boca.
A boca fala menos que os pensamentos.
Sou ideias. Filha dos detalhes, irmã da sinceridade e neta da curiosidade.
Minha família é minha cruz.

Agressividade.
Leveza quase nunca.
Sou do peso.
Dos temas complexos, dos amores longos e das notas extensas.
Solidão, mas também sou grupo.
Gratidão, resmungo, dengo e risos intermináveis sem razão aparente.

Felina.
Não quero abraços ou toques sem sentido.
Quero o meu espaço livre, mas posso querer o seu com o meu nome.
Mais do espírito do que transpareço e mais da carne do que gostaria.
ELE sempre pode te ajudar.

Não sou simples, já quis ser, mas desisti.
De literatura fácil o mundo tá cheio.
Sou um clássico infame, cheio de dramas, piadas suspeitas e lições vindas da dor.
Oscar Wilde, Shakespeare, Aldous Huxley.
Escolha a melhor capa e comece a encaixotar.

Jéssica Reis