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Desromantização da resiliência e a dor do crescimento.

Quando você descobre ser nada, você pode ser tudo.


 Não consigo dizer de quem é essa frase e peço perdão por isso. Graças a ela, hoje me sinto inspirada o suficiente para trazer esta e outras reflexões que podem ser úteis, ou não (risos) para a sua jornada.

Bem…É esperado que em algumas fases da vida a gente encontre obstáculos difíceis e transformadores. Falando a um grosso (e raso) modo. Ter a capacidade de se deparar com esses obstáculos e conseguir contorná-los é o que o mercado chama de resiliência. Não se abalar por esses empecilhos e ainda extrair conhecimento desses obstáculos com potencial estressante é o que chamam de antifrágil.

Tem muito de personalidade, mas tudo pode ser desenvolvido com o tempo. Enquanto um tem um modelo de crescimento reativo, precisa bater cabeça e se apega a coisas que dificultam a sua passagem pelos desafios, o antifrágil já se moldou para passar pelo mundo com mais fluidez e desapego por ter certeza de quem é. As raízes dele não são externas.

“Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender.” Alvin Toffler

O mundo é um caos, galera! E isso não vai mudar porque é mais quentinho permanecer no mesmo lugar. Se antes o clima era VUCA, agora ele é BANI , os estresses e a falta de conhecimento do que vem depois fazem parte do que é estar vivo hoje.

Admiro muito a habilidade dos antifrágeis, mas apesar de começar com uma frase que contempla a tribo dos inabaláveis, esse é um texto feito para quem ainda sofre e entende que sofrer faz parte do processo, mas é chato para caramba!

Por hoje quero seguir com duas premissas.

1 — Não existe crescimento significativo sem alguma dor.

2 — A maturidade não vem sem o enfrentamento de problemas.

Os nossos maiores ganhos como humanidade vêm dos momentos de escassez e aí o alvo dessa escassez pode ser imensamente amplo. Talvez seja escassez de amor, de dinheiro, de reconhecimento ou, para complicar a nossa conversa, escassez de autoconhecimento.

Voltando ao momento em que o resiliente sofre e às vezes se quebra para ter a chance de ressurgir (talvez) mais forte, é importante que a gente examine o alvo dessa dor. Sim, porque ela é originada de alguma mudança que causou escassez e trouxe junto estresse, ansiedade, dor e sofrimento que como disse antes. É chato para caramba!

A esse gap entre a perda de algo e a sua ressignificação, gosto de chamar de período de luto. O luto é a dor da perda e um ambiente fértil para milhares de desdobramentos psicológicos que podem ter sido originados desde a saudade de uma casa antiga, a temas mais espinhosos como a perda da autoimagem.

Amigos, eu não tenho a resposta para como sair do formato reativo para entrar para o formato antifrágil rapidamente. Esse é um trabalho gradativo que começa com a Monja Coen falando sobre desapego e termina na frase que começou esse texto.

É um trajeto doloroso de desconstrução necessário para que as pequenas dores do dia a dia sejam realmente pequenas e capazes de te ensinar coisas. É como ir todos os dias à academia se provocar dores benéficas para que dores maléficas não sejam mais capazes de te destruir. Nesse caso a academia é você e o único músculo afetado é o cérebro.

Quanto mais próximo estiver de si mesmo e realmente entender que nada externo faz você ser o que é, os pontos de luto serão cada vez menores e com o tempo a noção real do que é “ser nada” ou do que é “be like water” vai chegar com mais conforto diante do caos constante que o mundo se tornou.

Podemos contar também com o fato que se o caos é o novo normal, a adaptação é o caminho natural.

Boa sorte na sua jornada!

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