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Me formei...e agora?

Provavelmente, até o fim deste post eu não terei uma resposta conveniente para a parte do “e agora” por motivos de PQP,EU AINDA NÃO SEI. Mas o trajeto até o ponto final pode acabar rendendo boas reflexões para mim e para quem está passando pelo mesmo momento trash que é parar de estudar depois de tantoooos anos tendo isso como foco na vida.

25 anos de idade e nem um só ano depois que aprendi a escrever foi fora da escola ou da universidade. Fiz vestibular e passei em quase todos aos 17, entrei em artes, mas o que a gente realmente sabe aos 17? Mudei de curso, me formei em moda. Corri atrás me formei em publicidade e propaganda. E agora, com menos de um mês de formada olho em volta e me pergunto em um tom semi desesperado: O que será de mim agora? Estágios são tão maneiros de achar...o país em crise...TO FUDIDA!
Nunca fui a melhor aluna e nunca tive perfil de perder muitas noites por prova ou ser boa de pesca, minhas notas são todas bem no gol e está aí uma das coisas que me arrependo, sei que poderia ter feito muito mais, mas não é todo mundo que tem habilidade ou cabeça para se dedicar igualmente ao trabalho e ao estudo.
Esse é outro ponto, eu sempre trabalhei. Minha mãe nunca permitiu que eu realmente trabalhasse antes dos 18, mas quando fiz 19 comecei com estágios voluntários e aí nunca mais parei, e trabalhar é quase sempre uma baita cachaça né? Quando começa a ganhar sua própria grana, ter expectativa de algo maior  e/ou gostar do que se está fazendo, a tendência, ao menos a minha é virar uma work-a-holic louca e me debruçar sobre aquilo, o que quase sempre prejudicou e também trouxe ganhos para a minha formação.

As melhores coisas de ser estudante são:
- Facilidade pra arrumar emprego.
- Pagar meia em tudo.
- Não precisar se esforçar para ter interações sociais.
- Ter parte do seu dia sempre ocupado.
- Ter a desculpa de ser estudante para conseguir entrada nas coisas, todo mundo gosta de ajudar um aprendiz esforçado.



E agora que sou recém-formada, cheguei ao mundo assim...sem saber.
Até porque tenho dificuldade de dizer em que realmente sou boa, não tenho nenhum dom formidável que me destaque na multidão, como: Ser uma eximia diretora de arte, uma mente brilhante da matemática ou tão simpática que é perfeita para o atendimento. Sou mais um tipo de coringa. Me diz aí o que é pra fazer, eu faço e ainda sambo na concorrência sempre que der! Lógico que tenho as coisas que amo fazer e sou acima da média, tenho as coisas que somente faço, mas faço meio atrapalhada e desesperada pra fazer certo. Eu sei a diferença OKAY!? Mas olha amiguinho, as coisas que eu melhor sei fazer são as que pagam menos. Logo, estou de braços abertos pra descobrir coisas em que eu me saia bem e que paguem dignamente.

Não há nada de tão memorável em mim a não ser minha adaptabilidade, o fato de eu ser mega esforçada para conseguir fazer as coisas e a vontade de sempre fazer diferente. Não me vejo saindo sacudindo a minha profissionalização como louca dizendo que sei muitooo porque sou formada. Se for para pensar bem direitinho, o que a gente realmente sabe quando sai da universidade? Tem pessoas que investiram mais na carreira mais óbvia, ou sabiam desde sempre o que queria e ficaram trabalhando sempre naquilo, eles sim são profissionais especializados em algo. Acho que era sobre isso que meus professores costumavam falar sabe? Mas no momento, principalmente se você odeia o sujeito, fica meio difícil compreender.

Pra mim nunca pareceu óbvio trabalhar sempre com a mesma coisa, se eu tenho cursos amplos na minha vida, o mínimo que eu poderia fazer não seria trabalhar um pouco em cada aspecto que esse curso me garante? Ao menos em cada aspecto que me pareça agradável de trabalhar né? Esse foi meu raciocínio. Foi assim que segui a vida e fiz algumas péssimas escolhas que estão me impactando de forma dúbia até hoje, mas ...pareceu bastante razoável na época. Abraçar o mundo com mãos e pés, quem não quer fazer algo assim?

Hoje, se alguma empresa me chamasse pra uma entrevista, porque olha, NINGUÉM TÁ CHAMANDO! E se essa empresa pergunta o que eu posso trazer de diferencial para ela, eu digo que sou ...quer dizer, primeiro eu penso muito. Mas digo que sou esforçada e busco sempre fazer o melhor da forma mais diferente possível, só que isso é classificado como clichê né? Todo mundo diz isso? Desculpa. É que ainda não encontrei outra coisa para dizer.


Quanto aos passantes

“Jogo o meu corpo no mundo, andando por todos os cantos e pela lei natural dos encontros eu deixo e recebo um tanto.” (Mistério do planeta - Novos Baianos)

Passante tipo 1:

Hei você que merece ficar! Vem aqui, deita um pouco, me conta da sua vida, me faça sorrir e chorar com as suas experiências. Me faça viver através da sua vida. Fica mais um pouco, fica e vai ficando. Fica! Até que um dia o meu sofá não lhe caiba mais, que suas palavras já não me cativem e que nossos sorrisos ou lágrimas não signifiquem mais porra nenhuma um para o outro. Tudo culpa da obsolescência. Mas a lembrança daquele dia, aquela piada idiota..kkkkk sempre vou rir daquilo.

Passante tipo 2:

Hei você que não merece estar! Fica! Me faça lhe odiar, me provoque dor, me faça sentir e me importar em revidar. Se acomode e me desacomode. Deixe tudo bagunçado, polua o meu ar, me ensine como as coisas podem ficar piores. Mas seja breve, ainda que querido, jamais será acolhido e um dia a minha tolerância ao seu veneno vai fazer de você evitável, e o evitável não tem espaço aqui. E aquela dor que me causou nunca mais vou me permitir sentir, mas nunca vou esquecer da merda que foi.

Passante tipo 3:

Hei você que sempre esteve! Não vá! Não escolha me deixar. Preciso ter para onde voltar! Mesmo que seja em oi ocasionais, bom dia esporádicos e confissões necessárias. Quero ter pra quem ligar, em quem pensar, de quem esperar uma resposta assim que a minha presença se fizer igualmente necessária. Alias, não precisa ficar o tempo todo, só precisa voltar e se derramar. Se fazer em mim como sempre fez e depois partir...levando um pedaço meu misturado ao seu. Porque é isso que somos, vidas independentes, se construindo em um mix de convergências e divergências que vira uma paralela que desejo sinceramente que seja infinita. Vá...mas volte!
 “Ouvi aquela música que você adora e fiquei rindo sozinho. Caraca! Tu me persegues até aqui na balada do outro lado do mundo criatura! Como você tá?”

Passante tipo 4:

Hei você que acabou de chegar! Que encanto é o seu olhar, me ensina como cativar assim? Pode ser que sim, me ensina a fazer isso com o cabelo? Posso sim! Sorrisos. Bom dia. Boa tarde! Boa noite! Você vai? Você Foi? Tudo bem com você? Comigo está tudo ok! Legal...legal.


Ficando, chegando, estando...merecendo ou não merecendo ficar, a vida é como um Netflix e as pessoas são como séries. (HUAHAUHAU...vai fazer sentido)

Tem pessoas que você fica louco por novos episódios e vibra por cada um deles, tem outras que você começou amando e agora já odeia e só quer que termine tudo para ser livre novamente.
Tem alguns títulos que você nem sabe como foi parar lá, você sabe que não gosta daquilo e mesmo assim o Netflix fica querendo lhe empurrar goela a baixo como se seus gostos e escolhas pudessem mesmo lhe trazido até alí.
Tem ainda aquelas que você assiste sem compromisso de emoções, é só pra rir um pouco e passar o tempo, mas tudo bem rapidinho.
E tem os clássicos que por mais que o tempo passe, você sempre volta pra rever e reviver aquelas velhas emoções que sentiu desde a primeira vez que viu.

Almas...amigas, inimigas ou enamoradas estão sempre de passagem, só compartilhando o mesmo caminho que a gente sabe lá por quanto tempo. Acho belo.


Querido diário...estou de volta.



Quando eu comecei a escrever um blog, lá no fim de 2007, ainda era comum ter uma página para compartilhar seus interesses, poesias, pensamentos e acontecimentos da vida de uma forma despretensiosa. Lembro que lia vários, amava o Cólica Mental e vários outros que faziam meus dias mais engraçados, e sinceramente, se as histórias eram verdade isso não me parecia muito relevante, o importante era se sentir magicamente próximo daquelas pessoas e com o tempo saber tanto sobre elas que parecia até amigo íntimo. Imagine a sensação de achar um diário e ler ele todinho como quem bebe água em tempos de seca, um blog era isso, mas de forma consentida e esse dialogo direto que saia do “querido diário” para o “vocês não vão acreditar” dava esse tom de amigo de infância lendo uma carta sua, aliás, está aí outra coisa que sinto falta, escrever cartas...
Para os mais novos ou os que não tiveram esse hábito, soa como algo solitário e até meio estranho, mas qual a diferença disso e seguir várias pessoas em seus insta e face só pra saber coisas bobas e dar milhares de likes? Eu particularmente sinto falta desse tempo, passei por vários formatos, tive vários blogs, mas nenhum me fez tão feliz quanto o primeiro.
A saudade dessa simplicidade que era compartilhar meu dia, acontecimentos opiniões e descobertas sem pensar em quantos views e compartilhamentos eu vou ter, me trouxe de volta aqui, em um momento bem conturbado da vida, só escrever sobre nada e sobre tudo. O mais legal é não ter a esperança que alguém leia, não querer ser pop, não esperar aplausos, escrever sem nenhum título fantástico ou publicar o post em divulgadores de links, mas claro, se preparar pra caso acabe sendo lido por algum estranho ou conhecido.
Hoje venho aqui despida, quero ser a Jéss que acorda para um novo fazer, para um novo ponto de vista e que tenta se despertar para uma velha nova paixão que é falar sinceramente, sem estrutura de postagem, ferramentas de CEO ou qualquer uma dessas artimanhas que empesteiam os ditos “blogs” hoje em dia para que eles sejam populares e bem lidos.
Com esse texto eu reabro a minha temporada de posts pessoais para o preenchimento do ócio, e da falta de audiência em uma conversa de bar, onde nem todos compartilham dos meus interesses confusos ou se ligam em opiniões sobre a cor do céu, o nome das estrelas e o motivo dos sapos serem chamados de sapos por tanto tempo.

Se os próximos post vão ser interessantes, isso depende dos meus dias, dos meus sentimentos e sei lá...vamos ver!