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[About Ana e o amor] Capítulo 3 - O outro é como a Lua

Ele era basicamente uma luz muito brilhante na escuridão. Você não consegue saber o motivo, como ou onde brilha, mas algo nela atrai com tanta força que você continua caminhando em sua direção sem chegar nem um metro mais perto.


Ana o conheceu em um dos mil grupos de app em que entrou. Na mesma época deve ter entrado em no mínimo 5 grupos e saído de todos em menos de uma semana , nesse ela permaneceu  somente para continuar ouvindo os áudios que sempre a faziam rir ou sentir extrema vergonha alheia. - Quem é esse cara?- Ela repetia para si mesma.

O Jota tem uma lista de adjetivos intermináveis: Falante, inteligente, engraçado, talentoso, levava uma vida alternativa e era amado por todo mundo. Como alguém pode não gostar de um cara desse?  Eles se aproximaram quase naturalmente, talvez ela tenha se esforçado um pouco para chamar a atenção dele até que um dia ele finalmente a notou:

- Oi, eu nunca tinha te visto por aqui. Tudo bom?- Ele disse.

Ela respondeu - Entrei tem pouco tempo mesmo. –

- Seja bem vinda! – Ele a recepcionou com algumas semanas de atraso, mas começou a dar mais atenção para ela, mesmo com a multidão de mensagens que costumavam chegar.

Um tempo se passou e depois de descobrir alguns assuntos em comum ele achou plenamente natural mandar uma revista pelo correio e para isso a chamou no PV somente para perguntar qual era o endereço.  Por incrível que pareça desde o primeiro momento ele nunca foi verdadeiramente simples e sempre demandou bastante cuidado no trato. Qualquer passo em falso poderia ser mal interpretado e até no momento de pedir o endereço foi tudo bastante estranho, bem no estilo “Se não quiser eu não mando!”

Apesar de toda essa fragilidade totalmente oposta ao jeito que Ana costuma lidar com as pessoas e a forma que ela costuma encarar a vida, os dois continuaram conversando dias e noites seguidas. Rapidamente dormiam conversando e acordavam se falando. Interessavam-se por tudo que se referia ao outro, dividiam histórias de alegrias e tragédias e dentro de um mês as coisas para ela foram ficando intensas e confusas. Toda essa conexão rápida assustou ambos os lados que resolveram se distanciar para preservar a pouca saúde mental que ambos admitiram diversas vezes ter.

Ana sempre gostou de desafios e seres humanos que "brilhavam como estrelas" sempre a atraiu. Não demorou muito para essa distância ser desrespeitada vez após outra em diferentes espaços de tempo. Era como um vício andar no escuro e tentar alcançar alguma coisa daquele que ás vezes nem parecia ser real. Depois de tanto tempo ele a tratava como uma estranha e a machucava sem esforço ou remorso algum, mas a fazia sorrir com uma facilidade ainda maior.

Tratos de distância foram feitos incontáveis vezes e todos foram quebrados por parte dela. Ele parecia não importar-se, sempre esteve no pedestal dele, sempre na escuridão solitária que não demonstrava interesse nenhum em ter companhia ou deixar de ser a porra do mistério que tanto a atormentava.

As diferenças se tornaram precipícios até que uma nova ponte surgiu quando parecia não haver mais nada. As madrugadas voltaram a unir os dois que agora testavam cuidadosamente novos limites e pouco a pouco iam descobrindo novas sensações em estar juntos. Ela não sabia se era alvo de deboche e muito menos se era correspondida, mas quando aceitou baixar a sua guarda ela realmente o fez e estava curtindo intensamente essa rota inesperada.

Não havia aparências e nada mais que duas pessoas se pondo uma para a outra e disparando gatilhos, nem sempre prazerosos.  Parece que acreditou que somente ele precisava de cuidado no trato e isso pode ter estragado tudo.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

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