Ana o conheceu em um dos mil grupos de app em que entrou. Na
mesma época deve ter entrado em no mínimo 5 grupos e saído de todos em menos de
uma semana , nesse ela permaneceu somente para continuar ouvindo os áudios que
sempre a faziam rir ou sentir extrema vergonha alheia. - Quem é esse cara?- Ela
repetia para si mesma.
- Oi, eu nunca tinha te visto por aqui. Tudo bom?- Ele disse.
Ela respondeu - Entrei tem pouco tempo mesmo. –
- Seja bem vinda! – Ele a recepcionou com algumas semanas de
atraso, mas começou a dar mais atenção para ela, mesmo com a multidão de
mensagens que costumavam chegar.
Um tempo se passou e depois de descobrir alguns assuntos em
comum ele achou plenamente natural mandar uma revista pelo correio e para isso
a chamou no PV somente para perguntar qual era o endereço. Por incrível que pareça desde o primeiro
momento ele nunca foi verdadeiramente simples e sempre demandou bastante
cuidado no trato. Qualquer passo em falso poderia ser mal interpretado e até no
momento de pedir o endereço foi tudo bastante estranho, bem no estilo “Se não
quiser eu não mando!”
Apesar de toda essa fragilidade totalmente oposta ao jeito
que Ana costuma lidar com as pessoas e a forma que ela costuma encarar a vida,
os dois continuaram conversando dias e noites seguidas. Rapidamente dormiam
conversando e acordavam se falando. Interessavam-se por tudo que se referia ao
outro, dividiam histórias de alegrias e tragédias e dentro de um mês as coisas
para ela foram ficando intensas e confusas. Toda essa conexão rápida assustou
ambos os lados que resolveram se distanciar para preservar a pouca saúde mental
que ambos admitiram diversas vezes ter.
Ana sempre gostou de desafios e seres humanos que "brilhavam
como estrelas" sempre a atraiu. Não demorou muito para essa distância ser
desrespeitada vez após outra em diferentes espaços de tempo. Era como um vício andar no escuro e tentar alcançar alguma coisa daquele que ás vezes nem parecia
ser real. Depois de tanto tempo ele a tratava como uma estranha e a machucava
sem esforço ou remorso algum, mas a fazia sorrir com uma facilidade ainda maior.
Tratos de distância foram feitos incontáveis vezes e todos
foram quebrados por parte dela. Ele parecia não importar-se, sempre esteve no
pedestal dele, sempre na escuridão solitária que não demonstrava interesse
nenhum em ter companhia ou deixar de ser a porra do mistério que tanto a
atormentava.
Não havia aparências e nada mais que duas pessoas se pondo
uma para a outra e disparando gatilhos, nem sempre prazerosos. Parece que acreditou que somente ele precisava
de cuidado no trato e isso pode ter estragado tudo.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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