O tempo foi passando e a necessidade de ser por inteiro foi
crescendo de uma maneira que ela não estava nem um pouco acostumada. A ideia de que o encontraria assim que a
madrugada chegasse a acompanhava durante 24h pondo-lhe sorrisos inesperados no rosto mesmo
nos momentos mais bostas do dia, bastava uma lembrança que o brilho voltava aos
olhos e formigamentos invadiam-lhe as pernas.
Ana sempre preferiu a
distância e a segurança pouco confiável das relações instáveis, tudo ia muito bem com o Jota até que ele voltou. Ele é um outro cara que havia desaparecido e ela não poderia dizer
que tinha achado ruim. A relação com ele
era diferente, era real de uma forma que ela nunca tinha vivido antes. Enquanto esse relacionamento era um desafio dos melhores, com o Jota ela já imaginava como terminaria.
As pessoas costumam dizer que Ana é fria e distante, um
tanto chata, julgadora e até mesmo metida e arrogante. Ela já ouviu essas opiniões tantas vezes
quanto quão divertida e maravilhosa ela é. A grande questão é que ela nunca
teve a capacidade de dividir-se entre muitas pessoas, sempre foi para
poucos e a ideia de estar rodeada de muita gente demandante por afeto a angustiava loucamente.
Ela demora a misturar-se, demora para gostar e demora a deixar
de desconfiar.
Ele foi apresentado em um ambiente que nunca a deixou
confortável e onde as pessoas não se sentiam confortáveis com ela, mas ele sentiu-se em casa, de repente foi como se não houvesse mais ninguém a mesa com
eles, a conversa ficou íntima e tão paralela quanto era possível rodeados por 10 pessoas.
No primeiro dia foram só risadas e compatibilidade
inesperada como também tinha acontecido com o Jota.
O segundo dia só aconteceu uma semana depois, quando todas
as piadinhas do escritório já haviam acabado e em um ambiente muito mais
familiar para ela que para ele. A um
clique ele contava piadas e falava sobre como foi o seu dia, a outro clique ela
se esforçava como sempre por aquele que impôs mais distância que ela e a
tratava com certa má vontade.
Os terceiro e quarto encontros passaram voando e os beijos já
começaram a se desenvolver naturalmente, ela estava confiando e confiante, mas
sempre rola um “porém” nessas histórias da vida real. Ele é mais velho, melhor
sucedido e a empresa dele o chamou de volta. Apesar de serem da mesma cidade, ele só estava
de passagem e o tempo deles já estava acabando. Naquele ponto
ela jurava que tinha razão em não ter se dado tanto, não poderia durar, coisas
boas nunca duram assim. A relação também não foi muito longe no digital, é diferente
quando você conhece a pessoa pessoalmente e já gosta dela. Para eles pareceu melhor não
continuar, poderia ser muito doloroso e por maturidade ou medo, resolveram parar de
se falar tanto.

O tempo passa muito rápido, as coisas mudam mais rápido
ainda e quando ela estava curtindo descobrir as novas propriedades daquela
relação, ele voltou.
Voltou de vez. “E agora?” Ela se perguntou.
Ana não sabe dividir-se, sempre teve crushes longos e sempre um por vez.
Preferia os amores platônicos. Entre dividir-se e correr o risco de perder um pedaço de si e
guardar-se da forma mais egoísta e segura, a segunda opção sempre pareceu a
mais óbvia.
Mas pqp, ele voltou!
A realidade era uma coisa nova e cheia de surpresas, ele era muito bom em surpreender, inclusive foi exatamente isso que aconteceu quando a pediu em namoro depois de quase 1 mês de conversas curtas e sem relevância. Tinha pedido transferência do trabalho no mesmo período que a conheceu, no fundo sempre soube que teria continuação, quem não sabia era ela que o considerou o mais próximo do que já viveu de um amor de verão.
A realidade era uma coisa nova e cheia de surpresas, ele era muito bom em surpreender, inclusive foi exatamente isso que aconteceu quando a pediu em namoro depois de quase 1 mês de conversas curtas e sem relevância. Tinha pedido transferência do trabalho no mesmo período que a conheceu, no fundo sempre soube que teria continuação, quem não sabia era ela que o considerou o mais próximo do que já viveu de um amor de verão.
“Quer ser minha namorada e ver no que dá?” ele perguntou.
“Sim!” ela respondeu.
O celular piscou e o outro disse:
“Que tal ultrapassar mais alguns limites?”
“E agora?” ela pensou.
Como uma pessoa tão adaptada a solidão poderá lidar com todo esse tumulto?
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
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