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Top 4 séries de época que são puro amor.

Romances históricos e distopias são meus pontos fracos e esses tempos de férias forçadas estão sendo benéficas para reforçar o meu amor. Nesses últimos meses assisti várias séries e dei um tempo dos filmes, não sei o que é, mas atualmente tenho sido muito mais uma pessoa de séries que de filmes clássicos e comédias românticas como costumava ser. Se isso é bom ou ruim, eu não sei e já passei da fase de me cobrar ser uma eximia cinéfila que entende muito dos principais diretores e tem os clássicos na ponta da língua, na verdade essa é uma meta tão fútil que até deixei para trás e resolvi me dedicar ao que me faz feliz e bang! Agora, nesse momento, séries históricas fazem de mim um pinto no lixo, danado de feliz.
Para compartilhar minha felicidade, aqui vai um top 4 das séries que mais gostei de acompanhar e estou achando bacana. Não está em ordem de preferência e sim na ordem em que comecei a assistir.

Os: Têm duas coisas que precisam entender antes de continuar essa jornada de forma segura:
1 – Para esse tipo de série os spoilers estão no Wikipédia. Não adianta drama, todo mundo já sabe o que vai acontecer e não vai haver grandes reviravoltas mirabolantes (se houver a série não é tão boa) e a graça não está no ponto de chegada e sim no trajeto percorrido.
Os fatos todo mundo já sabe, a beleza está na forma em que a história é contada e nas alegorias que eles usam.
2- Não se apegue tanto aos personagens, diferente de GOT em que as mortes são opcionais, em séries históricas a vida é como é e se ele tiver que morrer, trair ou merdas acontecer...infelizmente vai rolar sim e vai ser doloroso como a vida é.

Reign (3 temporadas)


 

 Essa série romantiza até demais pro meu gosto a história da Mary Stuart, rainha da Escócia, consorte da França, da Espanha e rival da Elizabeth pelo trono da Inglaterra.
Fatos
Mary teve uma vida mais triste que feliz. Criada em um convento fora do seu país (por questões de segurança) foi prometida ao delfin da França como forma de proteger o seu país da invasão inglesa, mais tarde ela se casa com Francis e reza a lenda que foi um casamento feliz e apaixonado (tem cartas românticas encontradas deles dois), mas durou bem pouco porque ele morreu com um ano de casamento de uma mal que não sei bem qual é. Para piorar a sogra da Mary é a Catharine de Médici, conhecida por usar métodos não tão bacanas para conseguir as coisas e que tem uma história de vida não menos dolorosa, eu diria que Cath merece uma série só dela, porque a jornada é incrível.
Mas voltando para a Mary, ela também se casa com o rei da Espanha que na época era o país mais bem armado e ideal para assegurar a proteção da Escócia, mas de uma forma que eu ainda não sei como (mas comprei um livro para saber) ela é levada para a corte de Elizabeth que a mantém uma espécie de prisioneira/hóspede na casa de uns nobres que se responsabilizam por manterem Mary tão confortável como deve ser para uma rainha e herdeira legitima do trono inglês. Maaaaaaaaaaas dá uma merda e ela é enforcada mesmo sem o consentimento de Elizabeth, abrindo o precedente histórico de regicídio com faixada de julgamento justo, que de justo não tinha nada. Até porque ela foi condenada por traição, e como trair uma rainha se você mesmo é uma?


A série.
A história é maravilhosa, mas no começo teve uma abordagem meio adolescente e pouco real, a série também se valida de magia e voltas desnecessárias para esticar os fatos e deixar tudo mais brilhante. Respeitam algumas coisas, mas inventam tanto que você fica meio confuso com o que é embromação e o que de fato foi fruto de pesquisas, além de tudo essa embromação e invencionices enrola demais o enredo onde você sente que eles estão o tempo inteiro se perdendo e voltando para o prumo em um eterno zig-zag entre história e licença poética.
Continuo assistindo porque apesar de toda a lenga-lenga digna de novela mexicana a série é muito bonita, os atores são cativantes, a Adelaide é tão maravilhosa que quando entra em cena você só é capaz de enxerga-la e o cuidado com o figurino e detalhes das cortes e etc são de esquentar o coração.
O que tem me afastado da série aos poucos, além da lenga-lenga desnecessária é o surgimento da corte inglesa que traz o historicamente conhecido romance da Elizabeth com o então casado Robert Dudley já relatado em O amante da Virgem da Philippa Gregory com bastante maestria. Entretanto, ao invés de tratarem as questões amorosas da Elizabeth como papel de fundo, eles optaram por dar um enfoque dramático tão grande que ofusca quase que completamente a imagem de mulher forte que a Elizabeth firmou ao longo da vida. Além disso, não gostei nem um pouco da atriz escolhida para dar vida à personagem, já conhecia a atriz do personagem Valquíria na série Lost Girl e sinceramente, tinha atrizes muito melhores para preencher um lugar tão importante nessa história.


The White queen (1 temporada)


Nunca tinha ouvido falar da existência dessa Elizabeth antes de ver a série e pesquisar um pouco mais. A existência dela é a porta que dá entrada para várias outras histórias simultâneas de uma forma impossível de explicar nesse post, até porque me atrapalharia toda, mas é importante entender que mesmo com a passagem dela pela história da Inglaterra sendo relativamente curta e até simples, foi o suficiente para embaralhar várias cartas nesse grande jogo que são os tronos <3
Fatos
Ela era uma camponesa filha de donos de terras da família Woodville, viúva, historicamente
conhecida como pertencente a uma linhagem de bruxas e mãe de dois filhos. Ele a conheceu em uma das andanças pré- guerra civil que serviam para contestar sua legitimidade ao trono. Rei Eduardo IV era o recente coroado pertencente a casa de York e treinado pelo lendário fazedor de reis, era um período de grande instabilidade para o trono que disputava com seu irmão e com seus primos e ao invés de optar por uma união que lhe assegurasse boas alianças como aconselhara o seu mentor, ele optou por se casar escondido com uma camponesa que ninguém nunca ouviu falar e que tudo que tinha a oferecer era amor, um ventre fértil e uma família cheia de homens dispostos a lutar.
A série
Não tenho muito o que dizer a não ser que gostei muito. Teve somente uma temporada e por isso não deu muito espaço para embromações ridículas e enfoques desnecessários. Figurinos impecáveis e atores ótimos, não há como não criar simpatia profunda pela mãe da rainha.

The Last Kingdom (1 temporada)


Antes dessa série eu nunca antes tinha pensado sobre os Vikings, na verdade, nunca tinha enxergado além dos deuses nórdicos e os desenhos. Não tenho a mínima ideia se o Uhtred existiu, mas sei que a série é adaptação de um livro de crônicas saxônicas, no entanto, apesar da série ser muito boa, é difícil perceber uma linha histórica interessante ou até mesmo tentar aprender muito sobre a cultura e percepções da época, eles focam muito no personagem principal que é maravilhoooso e faz muito a série valer a pena, mas ele acaba sendo o nosso único ponto referencial em quase tudo, já que eles não desenvolvem nenhum personagem secundário forte ou duradouro o suficiente para não ficar sem á sombra do Uhtred.
Mas é bem boa e me leva ao meu novo e grande amor.

Vikings (3 temporadas)


Tinha muito ouvido falar dessa série, mas depois da decepção com Spartacus (que eu odeio), fiquei bem resistente e fui boba o suficiente para ter protelado tanto.
A série se passa em no período que pode ser de 700 á 800 d.c e conta a história de Ragnar Lodbok e de toda a sua família de conquistadores. Não há muito o que dizer, ainda sou nova nessa onda nórdica, mas estou adorando descobrir os detalhes, o que torna tudo mais difícil é a inconsistência dos fatos. Os relatos foram escritos muito tempo depois dos acontecimentos e quase sempre tem interferências de deuses e acontecimentos sobrenaturais, fica muito complicado saber o que aconteceu de verdade, o que é lenda e blábláblá...mas há pontos incontestáveis como as conquistas territoriais, aspectos culturais e avanços nas técnicas de combate vikings.
Diferente dá série anterior, Ragnar é a cola que conecta todo mundo, no entanto existem diferentes núcleos e vidas muito além do controle dele, assim é possível ter um panorama muito amplo da época e não ficar escravo dos pensamentos e das perspectivas do personagem principal tendo uma narrativa muito mais rica.
Não posso falar muita coisa sobre o enredo, porque tudo pareceria spoiler, mas a grande verdade é que estou fortemente apaixonada pela série e pela cultura, só em pensar na Lagherta minha perna treme. Ela é a primeira esposa de Ragnar e uma escudeira famosa que acaba ficando em casa para cuidar dos filhos, mas nunca se colocou em lugar de mulher frágil e sempre lutou pra defender suas crias e seu lar. Depois que eles crescem mais um pouco ela volta a ativa e viaja junto com Ragnar para lutar e pilhar junto com ele. Tão maravilhosa, segura do seu corpo e força e acima de tudo capaz de liderar e ser protagonista da sua própria vida apesar de amar Ragnar forever .

O ponto mais positivo de todos os mil positivos que essa série tem, é a forma que a mulher é colocada. Apesar de ser uma série de época, não abusa do sexo ou da nudez, fala de estupro de uma forma peculiar e traz as mulheres de forma complexa e válida. Elas não estão alí por estar, não são somente alegorias, cada personagem é construído com complexidade e profundidade independente se é homem ou mulher, elas não estão alí por eles, elas têm as suas próprias jornadas, pensamentos e ambições. <3

Por hoje é só pessoal!

Pode falar sobre pornografia? 🤐

Não sou uma pessoa transante ou super descolada que manja muito das sacanagens, no entanto, não acho normal a forma que me sinto e que percebo que muitas outras mulheres também se sentem diante de um material que deveria ser no mínimo excitante.
Gastei um bom tempo refletindo sobre a indústria porn, lendo materiais e questionando pessoas. Cheguei a diversas conclusões e indagações que nunca pensei que um dia fosse sentar para redigir por serem muito confusas e complexas, mas para organizar esses pensamentos e trazer ao menos 1/3 deles a mão, resolvi fazê-lo por meio de tópicos. Claro que muitas coisas ficarão de fora, mas ao menos ficam alguns questionamentos que podem ser bacanas.

1- Por quem são feitos os conteúdos porn/eróticos ?

Não há como rotular tão precisamente e nem dar juízo de valor a toda uma categoria, é uma indústria gigante, globalizada e cheia de nuances indo dos níveis mais leves até o dark side das práticas sexuais, na verdade rotular nunca foi minha intenção, mas acima de tudo é importante pensar que para cada Sasha Grey, pode existir uma LoveLace. Enquanto uma adora sexo e está lá porque até consegue gozar de verdade, a outra começou por fruto de um assédio e sua trajetória foi coberta de abusos, que a levou e condicionou a vida pornô.
Mas há quem diga: “não é possível estuprar uma atriz pornô” e afirmações como essa são só a ponta do iceberg de um problema que pode ser bem maior.
(Geralmente gosto muito das matérias da Liga, mas nesse episódio foi evidente a falta de distanciamento dos repórteres em relação ao assunto. As piadinhas e o desconforto gerado com os atores, ficou evidente no olhar na galera e no jogo de cintura que eles tentavam ter diante dos comentários nonsense que não agregaram em nada ao conteúdo. Apesar de tudo isso o vídeo é bem bacana.)
Talvez na hora em que está se divertindo assistindo um pornô inocente seja muito fácil imaginar que aquela não é uma pessoa, que não tem história, nome ou qualquer fator que a personifique. Em certos casos ela tem tanto valor quanto um buraco lubrificado em uma parede escondida ou o rosto dela é a ultima coisa que importa, desde que a expressão seja de dor. É triste ter que te lembrar que todos os envolvidos nessa equação tem histórias, tanto ela, quanto ele, o diretor deles e você. Todos unidos por uma foda que acabará parte no seu papel higiênico e parte no bolso de algum cara que raramente fazemos a remota ideia de quem é.
Vai parecer meio louco, mas para mim, pensar na indústria pornô é quase como pensar em de onde
veio a sua maconha. Já refletiu sobre o caminho que ela percorreu até ser fumada por você? Talvez se a gente pensar demais em certos detalhes da vida eles podem ficar assustadores e até mesmo perder a graça, mas qual a melhor tática? Ignorar? Não, pense um pouco. Vídeos de pessoas abusando de outras dormindo, garotas que não sabem que estão sendo filmadas, vídeos vazados por vinganças de namorados ou hackers, garotas de menores, caras encoxando mulheres em lugares públicos, simulações de estupro que entre outras mil coisas ainda são consideradas pornografia suave, mas que agride brutalmente um dos envolvidos e traz lucro/ reconhecimento para alguém que não merece nem oi. Tudo tem consequências e seu like pode cooperar para fins nada legais ou propagação de culturas danosas.
Tem todo tipo de pornografia em todos os lugares, no Snapchat, no Tumblr, no VK, no Whatsapp, no Períscope, nos sites especializados...é uma chuva interminável que torna  a variedade de corpos nus facilmente alcançáveis como nunca antes foram. Uma das coisas que se pode começar a fazer por uma simples questão de empatia, é selecionar com mais cuidado o tipo e as vias por quais consome a sua putaria de cada dia, e assim, evitar alimentar meios exploradores ou bater palminhas para aliciadores através dos seus views.

2 - Para quem são feitos?

Pornografia é essencialmente feita por homens e para homens.
Nessa equação a parte em que as mulheres assistem e podem também sentir prazer através do estimulo visual fica completamente esquecida em closes intermináveis de vaginas, faces com expressões de dor, posições de extrema submissão, humilhações constantes, porra na cara e a redução dos dois (ou mais) elementos envolvidos aos seus órgãos sexuais. Coisa mais difícil é perceber que o resto do corpo existe e que também pode ser tocado.
Com a facilidade já citada anteriormente, o primeiro contato que nossos jovens têm com sexualidade são os filmes pornôs de fácil acesso em sites especializados. A opinião que mais escuto entre as pessoas da minha idade é que não acreditam que alguém assiste filme pornô esperando aprender alguma coisa que possa ser aplicada a realidade, então lhe pergunto, e para um garoto de 10 anos que nunca viu ninguém nu, além daquela mulher que adora ser humilhada e diz que quanto mais dor melhor? Como você acha que ele vai enxergar as meninas? Como você acha que ele vai tentar tratar uma mulher quando tiver a sua primeira transa?

(Nesse TED o cara explica os efeitos  da exposição prematura a pornografia encontrados através de pesquisas científicas em jovens e adultos e as alterações cerebrais que isso causa)

Assim como a primeira Playboy era considerada um rito de passagem para qualquer menino até 90’s, o xvideos e o pornhub são para garotos ainda mais jovens da geração z. É um fato praticamente incontestável dizer que as mulheres são tradas como lixo na pornografia comum e que os danos causados por esse tipo de visão são facilmente perceptíveis na nossa cultura de Pânico na Tv, paixão por anal, peitos siliconados e corpos inteiramente depilados.
Se parar para pensar bem direitinho, talvez As aventuras de Justine hoje não fosse mais que classificação 16 anos.

  3- Mulheres e filmes porn.


Por que tantas mulheres gostam de assistir material homossexual? Mais uma vez fica complicado falar por todas, mas dentre as que eu conversei, o motivo mais comum é a ideia de cumplicidade entre as partes envolvidas. No sexo gay quase sempre todos são tratados como iguais, há muito mais respeito e sensação de prazer compartilhado. Essa discrepância é ainda mais evidente quando se compara hentai heterossexual com hentai homossexual.
Erika Lust
O desconforto feminino em relação aos filmes eróticos não é um fator novo, e de olho nesse mercado potencial, vários sites especializados em pornografias pensadas para mulheres surgiram nos últimos anos. Neles você percebe um trabalho mais bem cuidado de luz, cor, tentativa de química entre os atores e uma direção mais sutil que traz todo o corpo para a cena e não somente partes isoladas em zoons desnecessários.
Dentro dessa ótica que visa tornar os filmes pornôs mais palatáveis para as mulheres surgiram além das citadas, várias outras formas de se pensar pornografia. Há quem faça vídeos que contemplam a visão da mulher dentro da relação, neles a câmera tenta capturar as cenas dentro do ângulo de visão feminino. Há também os sites em que casais de verdade podem compartilhar suas transas e pessoas comuns suas intimidades em troca de colaboração financeiras. Dentre todas que já ouvi falar a novidade mais amada até então são os filmes da Erika Lust, pensados para que os casais possam assistir juntos sem causar desconforto a nenhuma das partes ou para que as meninas possam ter materiais bacanas para consumirem no conforto da solidão.

4 - Vício em pornografia.



( Filme Don Jon traz a vida de um cara viciado em pornografia que desenvolveu dificuldade em manter relações sexuais reais, exatamente como na matéria explorada nesse post super interessante que traz um ponto de vista diferente sobre o mesmo problema. http://papodehomem.com.br/os-efeitos-do-excesso-de-pornografia/)
E como falar de tudo isso sem tocar em um assunto ainda muito sensível aqui no Brasil? Talvez por nossa relação cultural com o sexo, admitir esse tipo de coisa seja um pouco difícil para os caras que gostam de se afirmar como garanhões e etc. No entanto, é consenso em algumas esferas de pesquisa que o excesso de pornografia podem causar sérios danos psicológicos que vão muito mais além do que a forma que os homens tratam as mulheres, mas se configura em um mal mais profundo que danifica a longo prazo toda a forma que eles se relacionam com o sexo e consigo mesmo. Depressão, isolamento e impotência são somente um dos sintomas. 



Por uma questão de sensibilidade e complexidade do assunto, deixo aqui alguns links interessantes que podem elucidar a maioria das dúvidas que surgem quando se começa a procurar sobre o assunto.


Infelizmente os conteúdos nacionais sobre o assunto geralmente são religiosos, mas ainda assim em alguns deles valem a pena dar uma olhada. Façam uma busca no Google e com certeza vão encontrar mais coisas de fontes qualificadas falando sobre o assunto de uma forma científica e objetiva.

Já acabou, Jéssica?

Faz nove anos que comecei a escrever um blog, mas esse aqui tem 7. Engraçado pensar em quanto tempo faz e como mudei e me transformei tantas vezes. Se está se perguntando por qual motivo esse blog não é famoso ainda é porque ele já teve diversos nomes e incontáveis endereços. Não era a visibilidade que importava, na verdade as mudanças aconteciam toda vez que um post bombava muito e eu achava que teria que mudar a forma de escrever ou as coisas que eu estava dizendo pra me adequar ao público, isso de se tornar comercial tem esse problema, tem que pensar em quem está lendo, dizer as coisas que querem ouvir, falar sobre o que o público pede e todas as vezes que tentei fazer isso, não foi só ruim, como também traumático. Quero minha escrita livre, minhas opiniões sendo minhas e nada de desculpas ou justificativas só porque uma hora ou outra eu com certeza vou mudar de ideia e de interesses.
Falando em interesses, liberdade e mudanças, essa ideia de blog surgiu porque queria publicar poesias, depois queria escrever sobre a vida, depois sobre moda e minhas descobertas no curso e depois era sobre tudo: séries, filmes, vida e eu. Esse endereço acabou de um jeito ou de outro, sendo um grande apanhado de mim e eu nunca imaginei que duraria tanto tempo, nada nunca durou, mas meu amor por escrever pode até ter seus tempos de respiro, mas sempre volta e é aqui onde me descarrego.
Este ano pensei em acabar com ele, excluir mesmo, com todos os textos e todas as histórias que me trouxeram até aqui, mas percebi o tamanho da burrada que isso seria. Não sei se escrevo bem, mas acho irrelevante pensar nisso quando gosto tanto de fazê-lo. Óbvio que tento melhorar e me aperfeiçoar pouco a pouco, mas o medo de errar é o tipo de coisa que lhe paralisa e causa vergonha de algo que talvez nem fosse nada tão grave assim.

Quando comecei a escrever tinha pouco mais que 16 e muitas coisas aconteceram, coisas que nem se quer imaginaria que fossem acontecer e que me modificaram assim como modificaria a qualquer pessoa. Esse é meu livro, meu diário, e pretendo cuidar melhor dele até que finalmente faça 10 anos, mas prometo nunca mais mudar de nome, endereço ou travar para ser encontrado com pesquisas.
Os blogs morreram! É o que dizem... Ninguém mais quer ler nada, as pessoas só querem vídeos de no máximo 3 min. Sinceramente, não ligo. Vou ficar aqui por mim e se alguém quiser ficar por aqui também e às vezes dar uma lidinha, vai ser gostosinho demais.

Rumo aos 10 anos!

Nunca houve uma crise como a dos 25.


Os 25

No primeiro dia do TCC, meu professor perguntou a cada membro da equipe o que planejava fazer depois que tudo acabasse e eu, toda contente, respondi algo que nem lembro mais, mas que teve uma resposta que com certeza nunca vou esquecer: “Engraçado você falar isso assim tão animada, quando estava formando fiquei apavorado e quando me formei passei os piores meses da minha vida até finalmente me encontrar”.
Obrigada Professor Ayrosa, você definiu toda a piada que era a minha confiança em somente uma frase que me segue como uma bigorna caindo repetitivamente na cabeça do Coite por no mínimo 5 meses.

Em tempo de crise o céu continua azul.

Em 5 meses não me faltaram processos de trainee, mas faltaram vagas normais abertas que não tivessem o pedido por experiência obrigatória . Impressionante como o site Vagas ficou deserto, mas nesse período aconteceram muitas coisas, com a vida corrida que costumava ter, não sobrava muito tempo e disposição para concluir minhas leituras voluntárias ou para pensar em mim. Quando não se tem nada para fazer, uma semana vira um mês com uma facilidade incrível, não nego ter desperdiçado energia em uma “bad” tremenda, mas não demorei muito choramingando e comecei a questionar coisas fundamentais para entender a minha situação:
O que você está fazendo?; Por qual motivo pediu para sair do emprego em que estava?; O que você está procurando no mundo?; Por que não está dando certo?; O que você está fazendo de errado e o que realmente deveria fazer?; O que é preciso para alcançar a meta?; Qual a meta?

Em busca de respostas/conhecimento/network frequentei várias palestras bacanas, tomei nota de novas referências e caminhos de estudo, embarquei em uma viagem inédita de leitura de livros que colaborem para o autoconhecimento e alguns de antropologia para entender o meio. Aqui fica a lista de alguns dos que mais gostei.           

1- Empregabilidade:  fala sobre as escolhas que se faz para trilhar uma carreira e como é difícil para algumas pessoas se recolocarem no mercado de trabalho, mas deixa claro que não é impossível ou algo de outro mundo desde que perceba os seus pontos fortes.
2- Ansiedade, do Augusto Cury. Ele trata a ansiedade como o mal do século e mostra como quase tudo que nos rodeia alimenta essa deficiência que pode prejudicar todas as áreas da vida e não somente a profissional como todos imaginam.
3- 44 cartas do mundo líquido: O Zigman tráz um pouco de cada aspecto da sociedade e a instabilidade das coisas e dos sentimentos. Acredito que todo mundo já ouviu falar da teoria da liquidez, mas a maioria dos que citam só leu Amor Liquido.
4 - Inteligência emocional: Ele diz sempre com um toque esperançoso todas as burradas e vantagens que ser ou não centrado emocionalmente podem trazer para a vida social, sentimental e profissional.
5 – Ponto de virada: Vi muitas pessoas comentando sobre ele e não pude deixar de ler, por necessidade ou por curiosidade. Com a análise dele sobre os pequenos fatores que podem ou não lhe conduzir ao sucesso e tipo de pessoas e suas habilidades relacionais ele reitera de uma forma extremamente racional e prática a teoria do bater de asas de uma borboleta e suas implicações.

Descobri que fiz muita besteira e a cada capitulo tento aproveitar essa crise existencial para resgatar o melhor de mim e indico isso para todos os milhões de brasileiros que tiraram férias forçadas. Procurem conteúdos que seus professores jamais apresentariam para vocês, e assuma as rédeas mesmo que tardias da sua formação intelectual. Proponho que entre em uma jornada de autoconhecimento que com certeza vai lhe transformar em um profissional 100% melhor quando voltar ao mercado de trabalho, muito mais preparado, sabendo o que se está buscando e o que de melhor tem para oferecer a sociedade e ao contratante. Não estou prometendo todas as respostas que procuram, mas sim, uma chance maravilhosa de se reabastecer e de repensar velhos posicionamentos. Tem serventia melhor para uma crise?  O gatilho para que surjam não é o acumulo de pontas soltas deixadas para trás ou até mesmo impactos fortes que lhe tiram a estabilidade? Há como passar vencedor por uma grande crise sem reencontrar o eixo?
Perguntas brotam do chão, mas isso não é o efeito da crise nacional ou efeito da minha fatídica crise dos 25, na verdade, questionamentos surgem toda vez que uma pessoa inquieta se sente aprisionada em uma situação desagradável, ou toda vez que uma empresa é retirada do seu ponto de conforto. Quando isso acontece é necessário desconstruir para reagrupar melhor e mais forte, caso contrário, o destino é o chão.

Nunca se está sozinho e a voz é coletiva.

Sempre achei interessante a ideia das gerações, acredito sim que faz muito sentido, é uma analise do ambiente, mas que muitas vezes se parece com a leitura de um horoscopo que você deseja muito que seja verdade. A mídia pegou todos os membros da minha geração, colocou em um saquinho e o adesivou com o nome geração Y. Algumas matérias perguntam com certo sarcasmo por qual motivo “esses jovens andam tão desmotivados” e prontamente respondem algo como “foram muito mimados pela liquidez moderna, querem ser promovidos logo, como pode isso?”, “eles cresceram ouvindo dizer que eram especiais” ou nos investigam com a lupa da conveniência e apresentam como padrão os “modelos” mais legais que temos e dizem como eles estão se saindo durante a crise.



Tenho plena consciência que dentro de milhões de pessoas que possuem a mesma idade que eu, uma parcela já ocupa cargos brilhantes e possui carreira de dar inveja a qualquer quarentão conservador, mas o que me parece é que não percebem que as diferenças da nossa geração são ainda maiores do que se podem esperar, há milhões de nós misturados a uma massa amorfa que não estão na melhor fase das suas vidas, se destacam pouco a pouco traçando caminhos diferentes dos esperados e que podem ser fatores decisivos para o que teremos na próxima década e ninguém sabe para onde em passos de formigas eles estão caminhando.

Sempre me perguntei porque gostam tanto de produzir conteúdo agrupando e dissecando gerações quando tão poucos realmente trazem algo novo ou útil. Com quem desejam se comunicar? Estão querendo preparar os empregadores e os colegas para a nossa “chegada”? É engraçado pensar nisso quando eles falam da geração com tanto brilho nos olhos, mas não brilham tanto quando falam das nossas conquistas. Onde está a tv aberta enaltecendo e dando a devida importância ao crescimento dos aplicativos utilitários e tantas outras conquistas polêmicas da nossa geração que põe em risco as velhas formas de se conduzir o capital? Só é noticia quando os dados vazam ou algo dá errado? E sobre as milhares de revoluções que estão acontecendo? Lowsumerism, Economia compartilhada, capitalismo consciente, explosão do veganismo, slow life o crescimento do cyber ativismo e muitos outros que todos os dias ganham ainda mais força nas redes e que na minha humilde opinião, fazem grande parte da chave para a saída dessa situação complicada que estamos passando. Falem dos feitos sem que seja em um evento de startups e sem colocar os CEOs como nerds fora do comum!



O futuro é agora, mas tem gente que não percebeu.

Está tendo crise? Está tendo muita crise e Deus sabe quando vai melhorar.

Acho maravilhoso ver os empresários dizendo que vendem lenço para as suas lágrimas, que a crise é uma ótima oportunidade para crescer e desenvolver soluções criativas, que alguns só estão perdidos porque faz muitos anos que não passamos por uma crise como esta e alguns ainda são inexperientes. Concordo plenamente! Temos milhares de exemplos que perduram até hoje nascidos das grandes guerras ou em um desses apertos mundiais que nos trouxeram até onde estamos.

Mas no ano de 2013 nunca se falou tanto em treinamento e manutenção do conhecimento do staff, disseminaram a ideia ma-ra-vi-lho-sa de que é também da responsabilidade da empresa fazer com que os seus funcionários olhem um pouco para fora dos seus cubículos e os tornassem cada vez menos reféns das suas rotinas de afazeres. No entanto, na área de comunicação apesar de ter pessoas de visões naturalmente ampliadas e criativas, cada vez se encontra mais profissionais cansados, desiludidos com os seus trabalhos e sonhando todos os dias em se tornar algum tipo de hippie no Capão ou artista alternativo. Aliás, não sei se há um grupo de profissionais tão desiludidos como o dos publicitários. Conseguem perceber o grande problema disso na produção do conteúdo a que somos expostos todos os dias?

Sabe o quão rápido o mundo está mudando? Imagina então o quão importante é para a empresa trazer pessoas com diferentes histórias de vida e experiências para compor com qualidade o QI do seu grupo de trabalho? E por que os empresários depois de tudo o que já aprenderam e da alma tão destemida que apresentam diante das instabilidades têm dificuldade de pluralizar (em todos os sentidos) o seu quadro de funcionários e tanto medo de investir nas cabeças novas e sem experiências nas áreas que desejam ocupar? Já parou para pensar o quanto essas pessoas cheias de bagagens complementares e vontade de produzir, podem trazer a pitada de sal que faltava para o seu negócio oferecer algo a mais para os seus clientes?
Trecho do livro Inteligência Emocional.


Um quadro de pessoas mais maduras, misturado a pessoas jovens, de diferentes origens, especialistas de diferentes vieses, complicado de lidar com toda essa diversidade? Com certeza, mas imagina só a amplitude da visão! Duvido muito que em tempos como esse se permitiriam liberar uma campanha que fala sobre diferentes tipos de mulheres, mas que excluem as negras e as gordas dessa diversidade.
Como disse anteriormente, a lista de questionamentos é enorme, mainha costuma dizer que é das pequenas inquietações que surge o novo, e nunca se precisou tanto de pessoas com capacidade de conectar boas referências e conduzir as marcas para o lado certo do labirinto.



Escrevi pensando muito no meu setor de atuação, mas imagino que essas dissonâncias e provocações valham para todos que estão no momento em que sabem exatamente o que não querem, são criteriosos com as suas escolhas e possuem a sua frente uma imensidão de possibilidades na qual sem dúvidas gostariam de se encaixar sendo não menos que algo maravilhoso, querendo encontrar uma forma real de colaborar com a sociedade e impacta-la positivamente. Não há mal em escolher onde e pra quem você deseja trabalhar, na verdade isso só fará sua decisão ser mais assertiva e duradoura.


Eu ainda não encontrei um jeito, ainda não sei o que ou como fazer, corro o risco de estar romantizando toda uma jornada tradicionalmente árida, mas tenho certeza que vou encontrar o meu lugar, e o abraçarei com empenho, brilho nos olhos e dedicação. Não houve crise antes dos 25, mas também nunca houve uma chance tão grande de fazer algo maior acontecer.