Não lembro se já falei sobre o Jack Kerouac por aqui, mas ele é um dos meus escritores favoritos. Foi ele quem disse:
[...]the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes"
Jack Kerouac, On the Road
Não foi um personagem, foi ele mesmo. Os livros são como diários onde ele divide as aventuras dele e de uma geração de escritores chamada Beatnik. A principal característica é a escrita livre, seguindo a fluidez da fala e sempre tem ligação com um estilo de vida mais...ousado? Tô falando de alto consumo de drogas, homossexualidade, crenças nada ortodoxas e tudo mais que fazia a sociedade tremer nos anos 50.
Para os Beatniks escrever signicava viver, você precisava ter experiências para que pudesse compartilhar com legitimidade e naturalidade tudo aquilo que sentiu e viu. Por isso uma vida normal com esposa e filho, nunca seria o suficiente para nenhum deles.
Me identifico muito com o autor e sob tudo aprendi muitíssimo com a trilha que ele seguiu. Entendi que esse encanto que sentimos pode ser destrutivo e que determinar limites claros sob quem eles são e quem nós somos, é imprescindível!
O Jack não era tão louco como os outros, mas se sentia hipnotizado com a ousadia, ímpeto e coragem dos que lhe rodeiava, eles tinham tudo aquilo que ele não tinha e isso o fascinava de uma forma que sempre parece que ele estava meio apaixonado. Em Vagabundos iluminados, quase acreditei que ele seria gay, mas como não li todos os livros ainda, pode ser que esse momento tenha chegado e eu não vi 🤔
Em cada livro a gente conhece novas pessoas e é possível perceber a tendência que ele tinha em virar satélite de cada uma delas, de certa forma, mesmo ele sendo o protagonista, as decisões e pensamentos acabam sendo orientados em função de alguém ou grupo que se tornava o sol e ele se colocava como lua.
Essa tendência que no começo o fazia ser mais observador e moderado, cresce de tal forma que o absorve pouco a pouco e o leva de forma irremediável para bad trip que podemos ver em Tristessa, esse fundo do poço se mostra bem pior que o esperado, veja só, heroína com uma prostituta drogadíssima e um traficante desmaiado em uma cabana imunda no México? Não tinha necessidade! Você não imagina o ódio que senti lendo esse livro.
Vai piorando até que ele morre sozinho em uma casa de campo depois de escrever Blur, um livro que evito loucamente por ter fama de ser deplorável devido as condições que ele se encontrava.😞
Engraçado que um dos meus livros favoritos também fala de alguém que se perdeu por influência de terceiros. O retrato de Dorian Gray, já leu? O papo é longo, mas diferente do Jake o que seduziu o Dorian para o Darkside, foi muito mais um livro que uma pessoa, na verdade, o discípulo superou e muito o seu criador que ao invés de ser Mad, entendeu errado e virou Bad.😵
Se for mesmo verdade que somos a média das 5 pessoas com quem mais convivemos, será que não valia ter um pouco mais de cuidado com essa escolha?
Mas moral da história: Cuidado com o brilho dessas pessoas e não seja Maria vai com as outras. 😉
Título é quote de Alice no país das maravilhas.
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