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Vou muito bem sem você, obrigada.

No começo achei que a dor seria tanta que não daria conta de manter a cabeça erguida. Afinal, rastejar por afeição é um hábito do qual ninguém deveria se orgulhar. Fraquejei e me arrependi tanto que esse tropeço foi o suficiente para obter forças para percorrer o resto do caminho.
Ouvindo áudios velhos? Sim.
Visitando a rede social? Sim.
Revisitando referências próprias da gente? Sim.
Assistindo série que você indicou e morrendo de vontade de ir comentar? Claro! Não há progresso sem dor! (vulgo No Pain, No Gain)

Apesar de ter tomado a decisão de cortar os laços por impulso, hoje consigo ver que foi o melhor para a gente, na verdade, o “a gente” talvez só existisse dentro da minha cabeça. E deixo claro que gosto muito de colocar essa possibilidade em dúvida porque desse jeito fica menos deprimente, mas se tem uma coisa que aprendi com comédias românticas é: “Se ele gosta de você ele vai dizer e se ele te quer, não deixará dúvidas sobre isso.”

Tudo está bem! Impressionante a capacidade que os humanos têm de se adaptar e mais incrível ainda é a capacidade de se apegar de forma dolorosa a alguém que se torna um hábito, alguém que funciona como o choque para os ratinhos entediados, uma fonte de sentimentos bons e ruins que você recorre sempre que deseja sentir alguma coisa. Like a drug!

O nome desse comportamento é dependência emocional.
Aprendi esse conceito semana passada, li um livrinho e percebi que ele define grande parte das minhas histórias relatadas nesse blog. Basicamente é você encontrar alguém e se apegar tanto a essa pessoa que acaba misturando tudo até se tornar intenso, doloroso e com o tempo, tóxico.

Ninguém é imune a esse tipo de comportamento, mas algumas pessoas possuem mais propensão. Essa fragilidade se deve às experiências acumuladas durante a vida ou até pela forma que lidam com a sociedade, mas também pode surgir de um momento pontual de vulnerabilidade. A verdade é que pessoas solitárias, tímidas ou com longo histórico de exclusão ou bullying têm muito mais facilidade para encarar amigos ou parceiros como tábuas de salvação. Elas acabam se perdendo na relação e definindo a sua existência e alegrias através desses terceiros que podem ou não endossar esse tipo de comportamento.
Surgem então, atitudes bizarras como: Ciúmes, mentiras para chamar atenção, divisão exagerada de problemas, manipulação, controle sobre a vida do outro e todo o tipo de coisas que vemos o tempo inteiro vinculadas aos relacionamentos abusivos.

Concluí que você pode acabar se tornando abusivo com a outra pessoa por medo de que ela vá embora e,por outro lado, você pode acabar permitindo que uma pessoa seja má com você por puro medo de ficar sem ela. Pelos casos que li, a tendência é seguir uma ladeira abaixo infinita, até o ponto em que uma mulher permite-se apanhar e permanecer do lado do seu agressor por acreditar que não haveria “life after love”.

Pretendo continuar lendo sobre isso, aprendendo mais e mais sobre o assunto e entender como preencher essas faltas que acabamos involuntariamente delegando para pessoas que não possuem essa obrigação com a gente. Estou bem, muito bem!
Costumo dizer que chamar as coisas pelos seus nomes, lhe imputa um poder tremendo no combate a elas, e assim, vamos vencendo uma luta após a outra!

E se você reaparecer do nada...Bem...Vou ficar imensamente feliz e infinitamente triste.



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