O “verbo” que
antigamente era sinônimo de psicopatas e resultava em processos penais, hoje, para o bem ou para o mal, está na boca e nos atos de todo mundo.
Com tanta exposição e
vontade de ser observado, ser stalkeado se torna uma espécie de "privilégio",
afinal, isso significa que você está sendo alvo do interesse de alguém que se
dedica a saber tudo sobre você, ou ao menos, tudo que você expõe na internet,
que acredite, não é pouco!
O stalker virtual nasceu nos braços do Myspace e ganhou corpo com o falecido Orkut antes do recurso “quem te visitou” ser instalado e ser preciso criar fakes para fuxicar a vida dos outros. Naquele ponto já estávamos acostumados a achar os mocinhos e dar uma examinada em quem
ele conhecia, quais páginas ele curtia, acompanhar os scraps ou ler os depoimentos
que diziam muito mais do que 30 minutos de conversa com a mãe do rapaz. Mas hoje
temos MILHARES de redes sociais e aplicativos de relacionamentos que podem ser assustadores e que
utilizam o geolocalizador do celular para promover encontros. Não estou falando do Tinder ou de
outros que tem um raio distante, estou falando dos mais precisos como o Happn.
Amo testar
aplicativos para conhecer as funcionalidades/público frequentador e
posso dizer com tranquilidade que o Happn é lindo minha gente!
- Poucas pessoas conhecem e dificilmente ele vá ficar tão absurdamente utilizado como o Tinder. (Espero que não)
- O satélite mostra exatamente o lugar e a hora que você encontrou com a tal pessoa e se você está se batendo com ela pela primeira ou por quantas vezes foi.
- Você manda um heart que a pessoa só vai saber se lhe corresponder, mas se bater o desespero pode mandar um charme que é o mesmo que gritar: Eu existo e estou te querendo!
Mas também posso lhe dizer o motivo pelo qual o Happn e toda essa super exposição é extremamente assustadora em 5 passos típicos de stalkers cotidianos.
- Digamos que você tem uma rotina bem determinada e todo dia você passa pelo mesmo ser humano, no mesmo horário. Pronto, só aí ele já sabe onde e quando te encontrar.
- Agora vamos dizer que ele leu sua descrição, não teve o heart correspondido, mandou um charme e não foi respondido, com tanta indiferença ficou curioso sobre você.
- Aí ele pega o seu nome e joga no Google para achar o seu Instagram e se ele não for todo fechado, ele já mata um pouco da curiosidade sabendo como você é em outras fotos. Ainda com a ajuda do Google, lê seu CV no Linkedin e de quebra vai saber cada concurso, processo no JusBrasil ou vestibular que você já fez na vida!
- Agora joga seu nome no Facebook, se não for fechado, é um paraíso para qualquer stalker que vai saber desde os lugares que você estudou, onde trabalha e mais detalhes sobre os seus hábitos que só poderia ficar melhor se ele lhe achasse no seu Foursquare ou no seu Snapchat!
- Hora de se aproximar com um novo método que é lhe adicionar no Face ou forjar um encontro casual para falar de exatamente tudo que ele sabe que você gosta. "Humm...Acho que lhe conheço de algum lugar!"
Será que estou
imaginando demais? Claroooo que não!
Se você não está
ligado nas táticas dos stalkers modernos você é muito desligado ou não
conversa com as pessoas certas. Hoje em dia todo mundo checa as redes sociais
das pessoas que acabaram de conhecer ou que na verdade era só o recrutador que
mandou o e-mail de retorno recusando o seu CV [Brinks].
É um hábito tão comum que imagino a quantidade de pessoas que sabem tudo da gente e que nem cogitamos que existem.
Você realmente
acredita que aquela menina(o) lhe deu um like e começou a conversar com você no
Tinder sem nunca ter feito uma busca no seu nome?
Essa técnica de
investigar a vida alheia sempre existiu no off, mas ao menos quando é caso de
paquerinha, as perguntas são feitas entre as amigas que sempre conhecem ou
descobrem uma fonte confiável de informações sobre o fulano. Entre os homens héteros
eu já não sei se importa tanto a ficha da menina, mas ainda estou pra
conhecer a garota que investiu em um cara sem nem se quer saber o nome dele ou
o signo!
De todo esses pontos emergem as perguntas: Será que a gente realmente quer se expor tanto assim? E esse povo todo sabendo tanto da gente, é coisa boa? E essa pessoa que já se aproxima sabendo "tudo" ao meu respeito e se moldando ao que já sabe que eu vou gostar, é bacana mesmo?
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