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Entre líderes, chefes e mais do mesmo.



Ser um bom líder tem pouquíssima relação com ser amigo dos seus funcionários. Na verdade, esse tipo de postura, mesmo que exercida com cautela, pode complicar muito mais que ajudar a vencer as dificuldades do dia a dia.

A necessidade de forçar uma mistura com a sua equipe trazendo assuntos pessoais para roda de conversa ou até estimulando comportamentos nocivos ao ambiente como fofocas e intrigas, não só caracterizam a insegurança de um chefe temeroso por se tornar assunto ao dar as costas, como também o torna vulnerável diante do seu time. Não estou dizendo que deve ser um robô ou algo assim, na verdade ser humano não tem relação direta com “se misturar”.

A sua humanidade vai estar evidente na cordialidade freqüente e principalmente, quando conseguir enxergar o outro muito além dos números. Não existe atitude que ganhe mais um funcionário que perceber que ele pode estar com algum problema pessoal e oferecer os ouvidos para ajudar. Talvez ele fale e só em escutar você tenha feito um bem inimaginável, ou talvez só agradeça a preocupação e se sinta mais valorizado com o seu interesse. Isso não é muita coisa, mas tenho certeza que é muito mais que a maioria de nós já recebeu dos nossos superiores.

O princípio básico de uma boa gestão de equipe é a empatia, parece um pouco batido, mas essa é a mais pura verdade. Por mais pesada que a geração Y tenha tornado essa palavra, você também é um chefe e ser líder é estar alguns passos além disso. A diferenciação entre liderança e chefia acontece naturalmente pelas ações e a forma que executa as suas demandas necessárias, porém, nem sempre confortáveis inerentes a função.

Um chefe aplica o feedback de maneira dura, mostrando desaprovação e deixando o funcionário envergonhado do seu mal desempenho. Mostra como o seu resultado ruim está prejudicando toda a equipe, o intimida, compara com os membros da equipe criando uma competitividade nociva e o culpa por isso.

Um líder aplica o feedback tentando construir uma ponte que o conecte com o seu subordinado, tenta encontrar junto com ele o motivo do resultado ruim e se coloca à dispor para descobrir uma forma melhor de fazer com que as metas sejam alcançadas por ele, incentivando o desenvolvimento individual para que haja o crescimento coletivo.

A demanda é sempre a mesma, mas a perspectiva sobre o trabalho de equipe e o ato de se colocar no lugar do outro é a real diferença. Milhares de anos se passaram, mas há coisas que não mudaram desde Roma e acredito que a relação do general com a sua tropa é uma delas. Os oficiais eram pagos, viam as suas vidas melhorarem, tinham plano de carreira e sob tudo, um motivo para acordar todos os dias. Porém, nenhum desses motivos era maior que admiração que nutriam pelos seus generais. Essa era uma relação construída pouco a pouco desde o campo de treinamento, celebrações e que se consolidava no campo de guerra. Estavam dando suas vidas pelo país, mas lutavam com muito mais vigor motivados por um líder que se posicionava na linha de frente, impulsionando todos eles para a luta. Apesar do medo e do cansaço, era aquela figura que os motivavam a seguir em frente e dar tudo de si acreditando que iriam vencer.

A guerra diária dentro de um escritório não é tão diferente assim. Se não está disposto a desvendar e lapidar os membros da sua equipe, se não tem força ou vontade de para lutar na linha de frente incentivando, conquistando confiança, admiração e procurando os melhores caminhos para o sucesso coletivo, me desculpe, mas chefe é tudo que dá para ser.

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