Translate

Se movimento atrai movimento, o jeito é se mexer!

Assim que fiquei desempregada o meu melhor amigo me assistiu por em dia todas as minhas séries e fazer maratonas de filmes por semanas a fio, estava especialista em vários gêneros e ficava bem feliz com isso na verdade. Deitada lá, vendo série, lamentando a falta de um objetivo ou um caminho bem definido na vida e levantando só para comer e tomar banho. 
O melhor de ter um amigo como ele é que as vezes ele fala umas coisas tão impactantes de uma forma tão despretensiosa que aquela ideia é capaz de habitar a sua mente e dar milhares de filhinhos que em breve mudarão completamente a sua forma de pensar. A frase da vez foi:
“Amiga! Você só fica aí deitada refazendo esse currículo e vendo série. Movimento atrai movimento e você aí deitada, atrai o que?”
Uma vez a semente plantada, me lembrei de milhares de coisas que não teriam se quer passado pela minha mente sem esse input quase que divino que me fez estar aqui, escrevendo para vocês.
Obrigada amigo! <3

Mas então, atrai o que e por quê? 

Em 3 tópicos, vou tentar explicar o porque do movimento de fato atrair mais movimento.

1- Trabalhei um tempo com lojas de moda quando era estagiaria e entre uma pesquisa e outra sabe o que eu descobri!? Se o consumidor passa pela porta da loja e ela está muito calma, logo ele presume que não tem nada de interessante para ser visto (se tivesse, estava movimentada), e se vê alguma coisa que gosta na vitrine, sempre pensa que pode voltar depois (afinal, não tem ninguém alí). Por isso lojas como a Farm, pedem sempre para que as vendedoras fiquem em pé e fazendo coisas (fazendo fluxo), caminhando de um lado para o outro, simplesmente para passar a mágica impressão de que tem algo acontecendo alí.

2- Ainda pensando em varejo, é costume mudar de tempos em tempos todas as coisas de lugar, porque assim o consumidor sente a falsa impressão de que chegaram muitas coisas novas, e em caso de supermercados, força o consumidor a caminhar procurando o que ele quer e nessa caminhada, ele acaba comprando muito mais do que ele foi destinado a comprar.

3- Veja bem...logo depois da fala linda do meu amigo, vi a palestra do TED que deu origem a essa cena aqui:

A ideia geral é que a sua mente é capaz de ser sugestionada pelo seu corpo. Sendo assim, quando você está em uma posição que denota fraqueza e inércia, você acaba se sentindo ainda mais assim. Por outro lado, quando você se põe em uma posição de poder e realmente se empenha nela, você indiretamente acaba acreditando e se sentindo mais poderoso para enfrentar situações difíceis.



Tudo faz sentido não faz!?

Afinal, para afastar os predadores os bichos se fazem maiores e mais assustadores do que realmente são. Se colocar em posição de derrota não ajuda ninguém de verdade e nem de mentira.
Mas tudo isso me traz a um ponto bem delicado. Não me entendam mal, eu praticamente inventei a maratona de séries! Mas a gente passou a vida inteira falando mal da televisão, dizendo que ela lhe aliena e que deveríamos desligar a tv e ler um livro, para no final acabar correndo para o computador e ligando a Netflix?

Tudo bem que escolher a qual conteúdo você quer ser exposto é divino, mas continua sendo uma ação passiva, onde a gente recebe milhares de informações maravilhosas e desenvolve o assunto que vai ser o tema da conversa na próxima vez que encontrarmos com os amigos, mas sério que a gente está voltando ao ciclo original e achando tudo isso muito cool? Sério que a gente outro dia estava julgando a vovó que não saía da frente da televisão?

Sabe o que eu digo?

Vem comigo dar um tempinho no Netflix e vamos ler um livro? Desenvolver um projeto, ir conhecer gente mais inteligente que a gente, escrever um blog talvez...mas fazer alguma coisa que lhe movimente e faça a sua cabeça se mexer muito além de dois olhos piscando! É difícil, eu sei...mas pior é nem tentar!
Afinal de contas, se movimento atrai movimento e digamos que a vida está uma merda, vantagem mesmo é dançar kuduro para ver se a revolução começa né?

Livro da semana: 10 Livros Que Estragaram o Mundo (FIQUEM DE OLHO!)

É um livro bem popular entre reacionários, mas que vale sim a pena ser lido. 

Nenhuma história tem só um lado, nada nesse mundo é tão simples como parece e desqualificar o discurso do outro sem ao menos conhece-lo de verdade é tudo que a elite manipuladora (seja lá quem ela for) quer de você. 
Inclusive, fico bem triste ao pensar nas falhas que tive em minha formação onde muitas (todas as vezes) fui induzida a concorda com tudo que me era apresentado em sala de aula e caso discordasse, recebia algo como " é assim e pronto", quando na verdade o minimo que eu esperava era ter acesso as versões existentes e ter o direito de escolher com quais delas concordaria.

O professor é uma pessoa que tem a nossa confiança e com a qual ficamos vulneráveis em acreditar em tudo que nos dizem principalmente na escola, onde ele com o livro didático são os responsáveis por formar o jeito de pensar de alguém que nem se quer sabe exatamente como fazer isso. É agir de má fé dar ao seu aluno somente a verdade que acredita ser real, mas o que temos também que entender é que se trata de um ciclo vicioso, onde as pessoas evitam ter acesso aos contrários ou que se acostumam a ler ou entrar em contato somente com os que lhe são uníssonos. Para mim foi tudo ainda pior, simplesmente porque o meu professor de história era também o de filosofia e de sociologia.
Estou engatinhando e pela primeira vez sou a única responsável por conduzir os meus próprios estudos e formação de conhecimento. Isso é apavorante e a cada minuto que passa sinto mais um pouquinho do meu mundo cair diante de possibilidades que nunca pensei antes existir.
E aí entra esse livro.

10 Livros Que Estragaram o Mundo – e Outros Cinco Que Não Ajudaram Em Nada, de Benjamin Wiker


O Wiker é teísta e lógico que o ponto de vista dele em criticar Descartes, Hobbes, Marx e outros tantos, vai levar sim a moral e a formação dele em consideração, mas nem por isso o discurso se torna autoritário, fanático ou sem sentido. Estou quase no fim do livro e ele nunca trouxe nem se quer uma citação bíblica para justificar o ponto dele que quase sempre segue um caminho conservador e deixa respingar ideologias cristãs. Bem...sou cristã e isso não me incomodou, mas se isso te incomoda muitoo, ainda assim recomendo o livro. Assim você pode odiar o Wiker e amar ainda mais os seus filósofos, mas tendo ciência dos possíveis pontos negativos das teorias deles.

No geral esse livro lhe faz ter consciência do poder de uma ideia e de quão venenosa ou construtiva ele pode ser (falando nisso indico um filme chamado A onda), além de mostrar o quanto somos influenciados e temos nossos pensamentos moldados por pressupostos que talvez a gente nem se quer concorde, mas não temos uma noção real de toda essa interferência na construção do ser e dos ruídos que carregamos em nossos discursos cotidianos. 


Os 10 grandes estragos trazidos são esses:

Capítulo 5 - Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels
(1848)
Capítulo 6 - Utilitarismo, de John Stuart Mill (1863)
Capítulo 7 - A descendência do homem, de Charles Darwin (1871)
Capítulo 8 - Além do bem e do mal, de Friedrich Nietzsche (1886)
Capítulo 9 - O Estado e a Revolução, de Vladimir Lênin (1917)
Capítulo 10 - O eixo da civilização, de Margaret Sanger (1922)
Capítulo 11 - Minha luta, de Adolf Hitler (1925)
Capítulo 12 - O futuro de uma ilusão, de Sigmund Freud (1927)
Capítulo 13 - Adolescência, sexo e cultura em Samoa, de Margaret Mead (1928)
Capítulo 14 - O relatório Kinsey, de Alfred Kinsey (1948)

Os 5 que não ajudaram foram esses:

Capítulo 1 - O Príncipe, de Nicolau Maquiavel (1513)
Capítulo 2 - Discurso sobre o método, de René Descartes (1637)
Capítulo 3 - Leviatã, de Thomas Hobbes (1651)
Capítulo 4 - Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens, de Jean-Jacques Rousseau (1755)

E rola um choramindo com esse aqui que inclusive já até baixei pra ler depois HUAHAUAH

Capítulo 15 - A mística feminina, de Betty Friedan (1963)

Tenho refletido sobre muitas coisas enquanto leio esse livro e talvez até escreva um outro post quando chegar ao fim. Mas até então...é só isso mesmo!

ATENÇÃO!! (UPDATE)

Se já estava rolando um problema de confiança, a onda piorou graças a má fé desse autor que me fez desacreditar toda a sua obra a partir de apenas uma traição.
O autor se propõe a encontrar o "bug" no raciocínio os tais livros apresentam e para isso ele sempre traz trechos originados do livro em questão para comprovar o que ele está dizendo. Nesse caso ele estava falando do livro Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels
(1848) e apresentou o seguinte trecho:
Mas vocês, comunistas, implantariam a comunhão das mulheres”,[ V ] grita em coro toda a burguesia.[...] nada é mais ridículo do que a indignação moralista da nossa burguesia quanto à comunhão das mulheres que, eles dizem, estabelece-se oficial e abertamente pelos comunistas. Os comunistas não precisam implantar a comunhão das mulheres; isso existe praticamente desde sempre. Nossos burgueses, não contentes em terem as mulheres e filhas dos proletariados à sua disposição – sem falar nas prostitutas nominais –, têm maior prazer ainda em seduzir as esposas uns dos outros. O casamento burguês é na verdade um sistema de esposas em comum e, portanto, no que os comunistas podem ser repreendidos é, no máximo, por quererem introduzir uma comunhão aberta e legalizada das mulheres, ao invés de uma que é escondida hipocritamente das mulheres; isso existe praticamente desde sempre. Nossos burgueses, não contentes em terem as mulheres e filhas dos proletariados à sua disposição – sem falar nas prostitutas nominais –, têm maior prazer ainda em seduzir as esposas uns dos outros. O casamento burguês é na verdade um sistema de esposas em comum e, portanto, no que os comunistas podem ser repreendidos é, no máximo, por quererem introduzir uma comunhão aberta e legalizada das mulheres, ao invés de uma que é escondida hipocritamente.

Com isso, em que você acredita? Fiquei simplesmente chocada, por isso fui diretamente ao livro fonte e na verdade o que tem dentro dessa maliciosa reticências é isso aqui:

Para o burguês sua mulher nada mais é que um instrumento de produção. Ouvindo dizer que os instrumentos de produção serão explorados em comum, conclui naturalmente que haverá comunidade de mulheres. Não imagina que se trata precisamente de arrancar a mulher do seu papel atual de simples instrumento de produção. 

Espertamente o autor suprimiu um parágrafo e assim descontextualizou todo um pensamento, que de tornar a mulher um bem público, passou a ser uma passagem que pode ser até considerada feminista.
Não quero com isso qualificar ou não movimento algum, mas sim mostrar o quão desonesto esse autor foi nesse momento e provavelmente em muito outros, mas deixo claro que não prossegui com a investigação ou com a leitura.

Fiquem de olho!

Bullet point! Design não é nada disso que você pensa. Será?

Muita gente não sabe, mas eu tive uma passada bem gratificante pelo curso de artes visuais. Na verdade, muito do que penso hoje foi talhado ainda naquele tempo de 17 anos e indecisão sobre qual carreira seguir.
Uma das coisas que mais me recordo gostar foram das aulas da professora Mery onde surgiam discussões acaloradas sobre o que é design e qual a diferença entre design e a arte. Depois de muito Bruno Munari e outras leituras complementares que servem de base tanto para o curso de design quanto para o de artes, a principal conclusão é que o que difere a arte do design é que o segundo já nasce com uma função pré-determinada, ele nasce com um propósito, enquanto a arte teoricamente fluiria do desejo do artista e não seria feita pesando em terceiros (o que a gente sabe que não é bem assim).

Ontem, depois de uns 3 anos sem contato com esses questionamentos fui lindamente exposta a uma nova forma de pensar e me vi obrigada é reconsiderar quantos pontos pudessem ser repensados em 2h e meia de palestra. O cara virou para a gente e disse : O design não existe, ele é só uma ideia modernista que colocaram na sua cabeça!
Eu disse: Oi!?
Ele disse: O design da forma que estudamos nas universidades e que se formou no modernismo (que por essência, destrói ou invalida tudo que veio antes dele, trazendo sempre o hábito de desejar começar do zero, mas só que nada vem de lugar algum) tem como principal pensamento que a forma acompanha a função e se mantém dentro de uma visão descontextualizada, que ignora variantes do ambiente que igualmente influenciariam na forma e que hoje em dia com a abertura de milhares de vertentes, a função não é algo tão simples de ser percebido como costumava ser.


Será que os designers costumam pensar nas influências sociológicas daquilo que desenvolvem?
Será que o estudo do micro e macro ambiente não são fundamentas para dar uma guinada em qualquer planejamento que se abrace nas palavras de um briefing?
Será que quando trazemos projetos, pensamos na relação com de onde viemos, e pra onde vamos a fim de analisar causas e consequências?
E a forma que encaramos os problemas? Temos mesmos que acabar com eles ou seria melhor dialogar, procurar a real causa e assim ir muito além da equação básica do dois mais dois?

No design de moda, a relação com o corpo, as mudanças politicas, econômicas e sociais são fortemente contempladas, simplesmente porque são os norteadores de qualquer projeto (que se prese, porque tem cada formado de moda que me mata de vergonha.)

Mas a ideia é que ...GENTE! Ele tava falando de design, publicidade e de qualquer coisa que parta de uma ideia.
Fiquei simplesmente boquiaberta e reflexiva. <3



Ela stalkeia, Ele se apaixona e Eles namoram. Perigoso?

O “verbo” que antigamente era sinônimo de psicopatas e resultava em processos penais, hoje, para o bem ou para o mal, está na boca e nos atos de todo mundo.


Com tanta exposição e vontade de ser observado, ser stalkeado se torna uma espécie de "privilégio", afinal, isso significa que você está sendo alvo do interesse de alguém que se dedica a saber tudo sobre você, ou ao menos, tudo que você expõe na internet, que acredite, não é pouco!
O stalker virtual nasceu nos braços do Myspace e ganhou corpo com o falecido Orkut antes do recurso “quem te visitou” ser instalado e ser preciso criar fakes para fuxicar a vida dos outros. Naquele ponto já estávamos acostumados a achar os mocinhos e dar uma examinada em quem ele conhecia, quais páginas ele curtia, acompanhar os scraps ou ler os depoimentos que diziam muito mais do que 30 minutos de conversa com a mãe do rapaz. Mas hoje temos MILHARES de redes sociais e aplicativos de relacionamentos que podem ser assustadores e que utilizam o geolocalizador do celular para promover encontros. Não estou falando do Tinder ou de outros que tem um raio distante, estou falando dos mais precisos como o Happn.

Amo testar aplicativos para conhecer as funcionalidades/público frequentador e posso dizer com tranquilidade que o Happn é lindo minha gente!


Para que acredite em mim, aqui vão 3 motivos pelos quais o Happn é mais legal que os outros apps do gênero sem nem considerar a interface clean e as informações extras do perfil, como a possibilidade de criar uma playlist exportada do Spotify<3 .
  1.  Poucas pessoas conhecem e dificilmente ele vá ficar tão absurdamente utilizado como o Tinder. (Espero que não)
  2. O satélite mostra exatamente o lugar e a hora que você encontrou com a tal pessoa e se você está se batendo com ela pela primeira ou por quantas vezes foi.
  3. Você manda um heart que a pessoa só vai saber se lhe corresponder, mas se bater o desespero pode mandar um charme que é o mesmo que gritar: Eu existo e estou te querendo!
       Mas também posso lhe dizer o motivo pelo qual o Happn e toda essa super exposição     é extremamente assustadora em 5 passos típicos de stalkers cotidianos.




  1. Digamos que você tem uma rotina bem determinada e todo dia você passa pelo mesmo ser humano, no mesmo horário. Pronto, só aí ele já sabe onde e quando te encontrar.
  2. Agora vamos dizer que ele leu sua descrição, não teve o heart correspondido, mandou um charme e não foi respondido, com tanta indiferença ficou curioso sobre você.
  3. Aí ele pega o seu nome e joga no Google para achar o seu Instagram e se ele não for todo fechado, ele já mata um pouco da curiosidade sabendo como você é em outras fotos. Ainda com a ajuda do Google, lê seu CV no Linkedin e de quebra vai saber cada concurso, processo no JusBrasil ou vestibular que você já fez na vida!
  4. Agora joga seu nome no Facebook, se não for fechado, é um paraíso para qualquer stalker que vai saber desde os lugares que você estudou, onde trabalha e mais detalhes sobre os seus hábitos que só poderia ficar melhor se ele lhe achasse no seu Foursquare ou no seu Snapchat!
  5. Hora de se aproximar com um novo método que é lhe adicionar no Face ou forjar um encontro casual para falar de exatamente tudo que ele sabe que você gosta. "Humm...Acho que lhe conheço de algum lugar!"
Será que estou imaginando demais? Claroooo que não!


Se você não está ligado nas táticas dos stalkers modernos você é muito desligado ou não conversa com as pessoas certas. Hoje em dia todo mundo checa as redes sociais das pessoas que acabaram de conhecer ou que na verdade era só o recrutador que mandou o e-mail de retorno recusando o seu CV [Brinks]. 
É um hábito tão comum que imagino a quantidade de pessoas que sabem tudo da gente e que nem cogitamos que existem.

Você realmente acredita que aquela menina(o) lhe deu um like e começou a conversar com você no Tinder sem nunca ter feito uma busca no seu nome?

Essa técnica de investigar a vida alheia sempre existiu no off, mas ao menos quando é caso de paquerinha, as perguntas são feitas entre as amigas que sempre conhecem ou descobrem uma fonte confiável de informações sobre o fulano. Entre os homens héteros eu já não sei se importa tanto a ficha da menina, mas ainda estou pra conhecer a garota que investiu em um cara sem nem se quer saber o nome dele ou o signo!

De todo esses pontos emergem as perguntas: Será que a gente realmente quer se expor tanto assim? E esse povo todo sabendo tanto da gente, é coisa boa? E essa pessoa que já se aproxima sabendo "tudo" ao meu respeito e se moldando ao que já sabe que eu vou gostar, é bacana mesmo?

Multitasking ou Monotasking? Tá bom ou ruim?


Cresci sabendo que era ótimo conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo, você cozinhava, falava ao telefone e ainda ouvia e comentava a novela.

Na verdade, as mulheres sempre foram famosas por conseguirem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, na maioria das vezes por necessidade e não por gosto, mas no final das contas a gente sabe que esses “por menores” são o que menos importa no momento em que a história e os hábitos estão sendo passados a diante né? Além disso, ainda contamos com a colaboração do núcleo empresarial que desejando extrair o máximo dos seus funcionários incentivaram o crescimento dessa cultura do quanto mais melhor e ainda trataram por muito tempo essa “habilidade” como pré-requisito para ser um bom funcionário.

Depois veio a internet e os milhares de recursos espalhados por aí que deixam a nossa atenção completamente fragmentada entre o Twitter, Facebook, Snap, Whats e às vezes o final da novela que está passando na televisão. Mas será que isso é bom mesmo!? Fico pensando em como a mesma cabeça que lia milhares de livros tomando um cafezinho na varanda se sente sendo bombardeada por notificações, imagens e informações variadas de uma só vez, quanto daquilo ele realmente absorve e quanto serve somente para nos deixar mais desgastados?



Há mais ou menos dois anos os assuntos mais comentados da vez se tornaram o gerenciamento de tempo, como combater os detratores da rentabilidade e saber gerenciar suas atividades que se tornou também o novo pré-requisito mais cobiçado pelas empresas. Comecei a pensar nisso e a procurar conteúdos que pudessem me fazer entender de fato o que está acontecendo. Será que só estou aumentando as capacidades do meu cérebro ou se como já imaginava estou podando minhas capacidades, estimulando que continue a fazer as coisas pela metade e perdendo grande parte do conteúdo útil ao qual tento me expor por estar fazendo simultaneamente tantas outras coisas?

A verdade é que procurando por um conteúdo, achei vários outros que mostram o quanto o hábito de se manter multiplamente estimulado o tempo inteiro pode ser prejudicial para o foco, para o aprendizado, para as relações humanas e para a memória. Não estamos preparados para receber a quantidade de informação que recebemos diariamente sem nem mesmo ligar o celular, mas quando o ligamos, o mundo só piora e desencadeia milhares de ações que se postas em uma lista, o primeiro item vai ser o absoluto desperdício de tempo.

Dentro dos ambientes de trabalho as empresas costumam bloquear tudo que possa servir como distração com a intenção de aumentar a rentabilidade de seus funcionários. A gente sempre reclama, acha invasivo e até mesmo infantil, mas mesmo não querendo assumir em voz alta, todos nós uma vez ou outra já pensamos que aquilo realmente faz sentido desde que não tenham bloqueado o Facebook em uma agência de publicidade digital. A partir daí surge a pergunta: E se nós mesmos começássemos a nos policiar na vida pessoal e limitássemos o tempo dedicado para as coisas fúteis com o objetivo de rentabilizar os nossos gastos com coisas que realmente vão nos trazer mais retorno que dar um like na foto da coleguinha de 1800 ou ainda gastar mil horas só dando swipe no Tinder? Já pensou o que poderia acontecer? Quantos livros seríamos capazes de ler? Quantos projetos concluiríamos?
Levando todos esses questionamentos em consideração, comecei a eliminar redes e atividades desnecessárias da minha vida com a intenção de melhorar o foco e conquistar novas coisas. A internet é um ótimo aliado, mas não permita que ela comece a lhe aprisionar, se tiver força de vontade e conseguir se controlar tranquilamente, maravilha! Mas se precisa de ajuda para entrar no ritmo, existem vários apps que podem lhe auxiliar no gerenciamento do seu tempo e lhe mostrar com o que você anda gastando mais atenção do que deveria.








Bipolaridade política e a minha obrigação de ter um lado.

Ao que me parece, hoje existe a clara necessidade que você se declare contra ou/e a favor de alguma coisa para que as pessoas possam decidir se você é um:

 Coxinha reacionário ou Esquerdopata iletrado.


Para que assim deduzam se você vale ou não a pena sempre nos termos do 8 ou 80, como se não houvesse variantes e o mundo fosse uma espécie louca de 2+2 onde você é obrigado a escolher um time para amar, que de bônus, vem com outro para odiar criando a "vilanização" do seu oposto quase automaticamente. E mesmo que diga que ou outro lado é que usa da vitimização para manipular as coisas, você acaba também se colocando como uma vítima que em algum momento sucumbiu a um algoz e que só agora recobrou os sentidos depois de um “assalto violento” que lhe deixou na merda ideológica.
É engraçado olhar como um lado se sente sempre culturalmente ou moralmente superior ao outro, sem considerar que ambos têm idiotas reproduzindo o que algum “letrado” disse para tentar parecer mais inteligente ou simplesmente se sentir fazendo parte de algo e no fim das contas, são essas crenças vazias + discurso de ódio que deixa tudo uma grande merda digna de estragar almoço de família por causa de um adesivo político.
Mas a grande questão aqui é que eu não acredito que haja "ponto final" na história do mundo, simplesmente porque elas são contadas por pessoas, na maioria das vezes mais inteligentes que eu ou você, mas ainda assim são pessoas que em um dado momento foram influenciadas por outras assim como você foi influenciada por elas. Disso flui toda uma linha imprecisa que se rende a ideia de quem conta a história é o vencedor, mas a visão de perder ou ganhar é no mínimo questionável quando se leva em consideração tantos acontecimentos simultâneos e interesses ocultos.
Ao longo dos anos a gente já viu a história ser contada e recontada diversas vezes, cada hora de um jeito, cada hora com uma retificação que surgiu de uma coisa que os livros ocultaram ou de uma carta que encontraram, mas não, essa carta era falsa e aí...blá blá blá ninguém sabe, mas todo mundo pensa a respeito, alguns munidos de mais neurônios e outros de menos.

Não sou genial e nem de direita ou de esquerda, simplesmente por acreditar na interdependência dos dois sistemas e ter certeza absoluta que nenhum dos extremos são legais, por isso, um precisa do outro para manter a rédea curta e ações coerentes. Talvez o totalitarismo possa ter sido legal para aquelas senhorinhas do protesto, minha mãe costuma dizer que para ela foi indiferente porque no interior não se tem muita noção dessas coisas e ela mesmo não se interessava, mas para mim, não consigo nem se quer me imaginar em um sistema não democrático e acredite que pensei muito sobre isso durante o lendário Vem para a rua, quando dei uma surtada e saí colhendo com representantes dos dois extremos sobre o que poderia acontecer de pior segundo o ponto de vista de ambos.
Sou dramática mesmo e entrei em pânico ao mesmo que não sabia o que sentir, só o que pensar e pensei tanto que já até queria fugir do Brasil se desse merda.  HAUHUA. Naquele momento me envolvi, realmente quis ouvir todo mundo, e tive certeza de como me sinto a respeito de direitas ou esquerdas extremas.

Vire tudo para a direita.
Um intelectual que superou a educação alienativa do Paulo Freire e o Marxismo cultural que contaminou o mundo, desvendou o grande quebra cabeça do mundo descobrindo a investida dos esquerdopatas contra a família no anseio de destruir o modelo Cristão de vida através da Agenda from hell que desfragmenta a sociedade ponto a ponto para torna-la mais suscetível à dominação. Mas você não vai se render de forma alguma e vai lutar para que esses imundos devolvam a educação, a união das famílias e tudo que ainda der tempo de tomar de volta! Os esquerdopatas ou são ignorantes que servem como massa de manobra ou estão de má fé contra as pessoas de bem que estão do lado certo da história e defendem a moral desse país!

Vire tudo para a esquerda.
Contra os grandes conglomerados, bancos, indústria da moda por acumularem riquezas e eu acreditar que essas riquezas devem ser distribuídas com quem precisa. As minorias precisam ser defendidas, então vamos nos agrupar de acordo a minoria que pertencemos e deixaremos os que acham que nos entendem de fora disso porque somente uma minoria sabe como é ser quem é. Então vamos á vante companheiros (não vejo mais ninguém falando camaradas, só os da direita) e não toleraremos retrocesso desde que não mexa com nenhuma minoria e se um dia o povo chegar ao poder vai ser a melhor coisa do mundo porque essa hierarquização está errada e a meritocracia só serve para quem já nasceu sendo privilegiado. Vamos inverter a pirâmide, quebrar paradigmas e o mundo será mais justo! Eles não passarão!

Sigo páginas e pessoas representativas acampadas nesses dois extremos e estou ciente de grande parte dos discursos e lutas, justamente por isso não me sinto obrigada a acampar com nenhum dos dois, mas motivada a aproveitar e disseminar ideias e iniciativas que são frutos do equilíbrio desses dois discursos.
  • Capitalismo consciente.
  • Economia compartilhada
  • E milhares de iniciativas que buscam um mundo mais bacana construído a partir do best of das coisas que a humanidade tem construído ou destruído até aqui.

Então para finalizar o post que não tem a pretensão de ensinar ou censurar. Eu que sou alguém que de fato, ainda preciso estudar muito nessa vida (todos precisam), nesse exato momento me posiciono a favor de um equilíbrio e não me sinto alienada ou mais burra por me posicionar dessa forma. É inegável os benefícios e os malefícios que ambos os lados trouxeram para a humanidade e que nenhum dos dois são completamente santos como alguns fervorosos gostam de acreditar.

Afinal, vamos lembrar que certa feita houve uma guerra civil do povo contra o governo onde o povo pedia para que o sistema escravocrata permanecesse. A história ensina que nem sempre a gente está certo só por acreditar muito naquilo, então procurar se informar e pensar por você mesmo talvez possa ser a chave de um real progresso.

Me perguntei duas coisas:
Odiando essa galera aí, a quem vou beneficiar?
Quero mesmo beneficiar essa galera, ou tentar fazer algo melhor?

E sobre o governo, por favor né? Se o único problema do Brasil fosse o PT a gente estava mega tranquilo!

"Tudo tem o seu tempo" eles dizem.

Como chegar aos 25 anos sem ser especialista em nada porque passou a vida querendo saber um pouco de cada coisa e se transformou em superficial em tudo?

É uma pergunta retórica, porque na verdade eu estou descobrindo agora o quão despreparada e desorientada eu fui ao traçar os caminhos da minha vida profissional. Acreditava sinceramente que estava agindo bem bicando um pouco de cada água e sentia no fundo do meu ser que em uma dessas bicadas me apaixonaria e descobriria o que eu realmente faria para o resto da minha vida, e faria com um sorrisão no rosto e feliz por ter achado uma coisa que realmente sou boa fazendo.

Bem...se esse blog existe, logo esse momento ainda não chegou.

Gosto de muitas coisas e acredito que isso não seja um crime e tenha até o seu lado positivo, mas a mania de querer fazer tudo ao mesmo tempo e abraçar o mundo com pernas e braços com toda a certeza me prejudicou irremediavelmente e é por isso que hoje eu estou aqui, depois de tomar 4 “Obrigada por sua participação no nosso processo seletivo” em um só dia, iniciando esse blog novo que pretendo escrever por um bom tempo ainda.
O que me conforta é saber que houve muitas pessoas que hoje são referências em suas áreas, que em certa feita ocuparam o mesmo lugar de mocinha tristinha que estou ocupando hoje, e não desistiram da mesma forma que eu não pretendo desistir.
Para você que está no mesmo lugarzinho que eu, pensando na quantidade de quases que já teve nas mãos, nas opções erradas que em dado momento lhe pareceram fazer sentido e que só agora consegue perceber o tamanho da merda que foi e que não se sente imobilizado pelo tanto de portas na cara que já recebeu, me dá a mãozinha aqui e vem pro meu clube! Não acredito que a gente vá morrer de fome, eventualmente alguma porta terá que se abrir. Pensa positivo e tira a imagem de mendiga da cabeça! Vai ser bom, vai ser lindo!

Enquanto nada acontece...1 post por dia!