Fim de ano, mudança de estação... Parece que a cidade explode a moda que fica encubada durante todo o intervalo de transição.
Está aí uma época que eu simpatizo muito, primavera verão é a minha mudança de estação preferida, em geral sempre tem cores e alegria no vestuário. Vale também dizer que é a temporada que minhas esperanças por uma moda coerente e condizente com a região que moramos surja com força das cinzas que até agora não sei onde está.
Como a maioria de vocês sabe, eu sou de Salvador BA e aqui como o resto dos estados também tem algumas semanas de moda. Na verdade são duas, o SIM (semana de moda Iguatemi) e o Barra Fashion Bahia, ambas são promovidas pelos shoppings de até então maior notabilidade e tempo na cidade. Talvez alguns dos leitores mais assíduos tenham notado a minha ausência temporária, pois é, estava nesses eventos e também fazendo alguns trabalhos individuais.
A primeira das semanas foi o SIM , esse ano o tema foi França na Bahia , o que não foi nem um pingo surpreendente partindo do principio que a cidade toda abordou temas como esse durante todo este ano, o legal foi a localidade diferente (foi nas áreas do histórico Santo Antonio Além do Carmo) a pesar do acesso difícil a escolha foi muito boa , o local é de fato muito bonito e se encaixou perfeitamente na direção do tema que eles quiseram tomar . O salão de desfiles foi em área aberta e eles deram muita sorte com o tempo, não choveu em nenhum dos 2 dias . Além desses dias de desfile o Shopping veio tendo vários outros eventos de menores proporções em seus domínios como, “Exposição Vitrines Avançadas no mall.” e “Lançamento da revista MAG edição "Liberdade”” pena que dos eventos menores pouca gente sabia pois a divulgação foi quase inexistente, inclusive eu fiquei bastante sentida em não ter comparecido a nenhum deles por falta de informação.
A abertura com o desfile geral foi realmente bonita, contou a presença de Calinhos Brown que interpretou um cego durante sua aparição (muito bem, diga-se de passagem) eles explanaram sobre a origem da capoeira, seu crescimento e deu explicações básicas junto a depoimentos sobre os métodos de ensino do já conhecido e muito comentado Mestre Bimba.
O stylist teve elementos do candomblé como já era de se esperar, mas nem a abordagem óbvia conseguiu apagar o brilho da coleção que primeiramente apresentou peças em cores brancas passando pelo marrom e encarnando o preto ao fim da exibição. Somente assisti 3 desfiles ( Iguatemi, Fórum e Renner) e todos eles trouxeram estampas em cores frias , tonalidades claras, tecidos leves e bastante conforto.
Nem tudo são flores, e nem esse evento foi perfeito, assim como nenhum é , o sim também causou alguns constrangimentos e demonstrou erros óbvios de planejamento, o atraso comum a qualquer desfile foi um tanto além dos limites bem no de abertura, com isso eles tiveram que abrir mão das cadeiras marcadas deixando muitas madames importantes em pé. Porém mesmo com a persistência de alguns problemas os desfiles seguintes foram bons e se o problema no primeiro foi excesso de gente no espaço, na vez da Renner que foi o terceiro da noite e problema foi a falta.
Uma coisa legal de lembrar foi a passarela desnivelada, deu um efeito muito legal, porem algumas trombadas entre os modelos foi quase inevitável. O lounge foi muito bonito e a vista pro mar ganhou muitas luzes deixando tudo mais lindo ainda. Na minha avaliação geral de zero a dez eu daria nota 7,5. Leve em consideração que esse é o olhar de alguém que foi a sua primeira semana de moda somente este ano.
Desfiles individuais: Rosa Chá, Osklen, Levi´s, Ellus, Calvin Klein Underwear, Riachuelo e Renner.
Inspiração: “LIBERTÉ!
Moda é mais do que vestuário. Moda é cultura.
Elemento de contemporaneidade: Ano da França no Brasil sob o recorte Bahia-França. O olhar da França sobre a Bahia; o olhar da Bahia sobre a França.
A capoeira é o tempero de baianidade que representa LIBERDADE.
Alto Verão – life style. Elementos do verão baiano: praia, mar azul, pôr-do-sol, céu radiante, paisagens naturais, alegria, energia, liberdade de movimentos e sensualidade.”
OUTRA! Como pude quase me esquecer de dizer? A música da abertura foi ao vivo, muito boa as interpretações e misturas de letras francesas com o toque do atabaque e do berimbau ficaram muito “show de bola”...a voz era deslumbrante quem cantou foi um transformista que não me lembro o nome no momento, mas que cantou lindissimamente.